No inicio de Novembro de 2023, a empresa de telecomunicações Oi (OIBR3) anunciou um prejuízo líquido de R$ 2,83 bilhões no terceiro trimestre. Comparável ao ano anterior, essa perda foi na verdade uma queda de 12,7%, já que em 2022 as perdas no mesmo período chefiaram a R$ 3,243 bilhões.
Apesar dessa “melhora,” as ações da empresa em recuperação judicial despencaram mais de 6% no pregão da bolsa brasileira, B3, no dia subsequente ao anúncio.
Por que a queda das ações da Oi (Oibr3)?

De acordo com analistas do mercado financeiro, mesmo tendo diminuído as perdas, os resultados apresentados pela Oi são considerados fracos. A empresa continua a queimar caixa e apresenta um endividamento preocupante de R$ 22,7 bilhões, sem perspectivas imediatas de recuperação.
Como conseqüência, algumas assessorias de investimento têm mantido a recomendação de venda das ações OIBR3 e reduzindo o preço-alvo.
O desempenho financeiro da Oi (Oibr3)
Para entender a situação atual da Oi, vamos olhar os números: além do prejuízo já citado, a empresa teve sua receita reduzida em 12,6% no terceiro trimestre de 2023, comparada ao mesmo período no ano anterior, registrando R$ 2,422 bilhões.
No tocante ao Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), este ficou negativo em R$ 330 milhões, quando havia apresentado um saldo positivo de R$ 167 milhões no terceiro trimestre de 2022.
Segundo relatórios da Oi, esse Ebitda foi afetado principalmente por dois fatores:
• queda contínua das receitas de serviços legados, incluindo TV DTH, sem contrapartidas proporcionais em eficiência, dadas as atuais limitações do arcabouço regulatório;
• aumento dos custos de aluguel de rede, para suporte ao crescimento da operação de fibra, consequência do modelo operacional iniciado em junho de 2022.
E agora? O plano é se recuperar
Em declaração posterior ao anúncio dos resultados, Rodrigo Abreu, presidente da empresa, disse que a Oi está renegociando parâmetros do plano de recuperação judicial com seus credores.
O plano em questão prevê a venda de ativos, tais como a unidade de negócios com os clientes de banda larga (ClientCo) e a participação na empresa V.tal.
Já deu-se inicio ao processo, com a contratação dos bancos Citi e BTG Pactual para verificar o potencial interesse do mercado na ClientCo. Os detalhes finais e valores das vendas, no entanto, ainda estão sujeitos a negociações.
Agora, nos resta acompanhar o desenvolvimento dessa operação e ver quais serão os próximos passos da Oi na busca por sua recuperação.