Em um comunicado divulgado na quarta-feira (1), o Magazine Luiza (MGLU3) anunciou a concretização da venda de sua participação total na sua unidade de seguros, a Luizaseg, para a NCVP Participações Societárias. Este movimento marca o cumprimento das condições precedentes, que incluíam a aprovação tanto do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) quanto da Superintendência de Seguros Privados (SUSEP).
Este acordo renderá ao Magazine Luiza o valor líquido de R$ 850 milhões, somando-se aos R$ 160 milhões da operação, adquiridos a partir da venda de participação no capital social da Luizaseg para a NCVP em maio passado. Esta venda é parte da estratégia de lançamento de novos produtos, focando principalmente em canais digitais, e estendendo a parceria para oferta de seguros aos clientes do Magalu até dezembro de 2033.
Quais as expectativas para o Magazine Luiza após a venda?

Apesar do fechamento do acordo, o Magazine Luiza mantém silêncio em relação aos pagamentos realizados e futuras alterações que poderão ocorrer após a concretização da venda. O término deste trato ocorre em um momento de incertezas em relação ao futuro da empresa, uma das líderes do ramo varejista no Brasil. As ações do Magazine Luiza tiveram queda de 37,26% em outubro, contribuindo para dúvidas acerca de seu rumo.
Outro fator contribuinte para este panorama são os juros altos, que interferem nos resultados da empresa e trazem desconfiança a respeito de seu porvir. A decisão do Copom, também divulgada na quarta-feira (1º), confirmou outra queda na taxa Selic. Porém, os juros elevados persistem impactando os resultados do Magazine Luiza.
Por que as ações do Magazine Luiza estão em queda?
Em outubro, as ações do Magazine Luiza alcançaram a menor cotação de fechamento desde o dia 10 de novembro de 2017 – quase seis anos atrás. Nos primeiros nove meses do ano, a queda das ações do Magalu foi de 74%. Após o pique nas vendas das empresas do ramo varejista durante a pandemia do COVID-19, com o consumo destinado majoritariamente a serviços, as companhias tiveram de redesenhar suas trajetórias. Neste cenário, as vendas do Magalu, assim como de outras empresas do ramo, estão sendo impactadas por não conseguirem oferecer condições de pagamento atraentes frente ao aumento da taxa Selic.
Ademais, a inadimplência no decorrer da alta pós-pandemia da Selic, somada ao custo do capital mais elevado, levou a um resultado inferior ao das empresas no passado. Estes fatores, ainda somados ao alto endividamento da população e ao contexto inflacionário que o país vive, trazem dificuldades para o Magazine Luiza e as demais empresas do setor em manter a lucratividade.
Qual a projeção para o futuro do Magazine Luiza?
Apesar do fechamento da venda da Luizaseg deixar o Magazine Luiza numa posição financeira preocupante, a empresa está em uma situação mais confortável comparada a Casas Bahia e Americanas. Prestes a desacelerar nos próximos trimestres, a economia brasileira será outro ponto de atenção para as varejistas. Ainda assim, o rigoroso cenário pode levar ao firme crescimento do setor, dependendo do declínio da curva de juros.