Na última sexta-feira, a Bolsa brasileira vivenciou um vigoroso crescimento de 2,70%, a maior alta diária desde 5 de maio do mesmo ano. Paralelamente, o dólar registrou queda para R$4,89. A oscilação se deu após a divulgação de dados sobre o mercado de trabalho americano, que anunciavam um desaquecimento da economia. – Esses dados levantaram especulações de que o Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos, poderia não implementar um aumento nos juros ainda este ano, reduzindo a tensão do mercado.
Como esses dados afetam o Dólar?

Juros mais baixos nos EUA tendem a diminuir a atratividade da renda fixa americana. Isso induz investidores a procurarem mercados mais arriscados e em potencial crescimento, como os de países emergentes. – Os títulos de dez anos do governo americano, por exemplo, que costumavam pressionar ativos de risco globalmente, tiveram um recuo, proporcionando alívio a investidores. – As Bolsas de Valores, consideradas ativos mais voláteis, foram beneficiadas por esse movimento. Isso porque o menor juros tende a reduzir custos empresariais relacionados à captação e investimento, com impacto positivo na economia dessas companhias.
Por que a Bolsa brasileira também cresceu com a baixa do Dólar?
No caso brasileiro, a alta da Bolsa também contou com o apoio de um movimento de correção de preços do dia anterior. Neste dia, não houve atividade no Brasil devido ao feriado de Finados, ao passo que os índices americanos, operando normalmente, registraram fortes altas. – Com isso, o Ibovespa fechou o dia no nível mais alto desde 20 de setembro, e a moeda americana sofreu queda, registrando o maior recuo diário ante o real desde agosto. – Na semana, o principal índice da Bolsa teve acréscimo de 4,28%, enquanto a moeda americana depreciou 2,30%.
Decisões futuras do Federal Reserve continuam sob especulação
A especulação sobre as futuras decisões do Federal Reserve, no entanto, permanecem. Apesar dos dados indicarem um possível resfriamento da economia americana, outros analistas alertam que são necessários mais dados confirmatórios. – As próximas informações sobre inflação e o mercado de trabalho em novembro serão fundamentais para afirmar ou desmentir a tendência de desaquecimento da economia e basear a decisão do Fed na próxima reunião, em dezembro. – Portanto, a volatilidade no mercado financeiro e de capitais permanece, em meio às especulações sobre as próximas ações do Federal Reserve e seus efeitos na economia global, incluindo o Brasil.