Durante estes dias desafiadores no mercado, a varejista brasileira Magazine Luiza (MGLU3) tem enfrentado significativas dificuldades econômicas – uma realidade comprovada pela recente queda em suas ações. Ao longo de outubro, as ações da gigante do varejo caíram 37,26% no Ibovespa, uma queda drástica em relação ao seu desempenho anterior. As Casas Bahia, principal concorrente da Magazine Luiza, também sofreram um revés significativo, com uma queda de 28,57%.
Este cenário é diametralmente oposto ao de dois anos atrás, quando a pandemia de Covid-19 impulsionou as vendas de bens de consumo e o varejo em geral. No entanto, com o redirecionamento do consumo para serviços pós-pandemia e a alta da Selic, a varejista e outras empresas do setor têm passado por dificuldades financeiras.
Qual o impacto da taxa Selic no Magazine Luiza?

A dinâmica do mercado financeiro tem afetado várias empresas do setor varejista, onde a Magazine Luiza (MGLU3) não é exceção. O aumento da taxa de juros Selic afeta não apenas o custo de capital dessas empresas, mas também se repercute em um aumento da inadimplência. Este fatores têm culminado em resultados financeiros desfavoráveis para Magazine Luiza, que enfrenta uma queda expressiva em suas vendas e valor de ações.
Como a situação do Magazine Luiza está sendo vista pelo mercado?
Em uma análise recentemente divulgada pelo Goldman Sachs, a capacidade da Magazine Luiza de buscar oportunidades de crescimento é vista como limitada devido à alavancagem financeira. A empresa, segundo o relatório, foca mais na lucratividade do que em ganhar participações de mercado. Vale ressaltar que a varejista tem aproximadamente 40% de sua dívida bruta – o equivalente a R$ 2,8 bilhões – a ser saldada até o final de 2024.
Quais são as esperanças do Magalu no mercado?
Apesar da Casas Bahia ainda ser o principal concorrente do Magazine Luiza, outras empresas do setor varejista têm crescido, como é o caso do Mercado Livre (MELI34). O Goldman Sachs prevê que o Mercado Livre aumente sua participação no mercado online do Brasil de 33,7% em 2022 para mais de 40% em 2023, superando inclusive a Magazine Luiza e as Casas Bahia.
Investir na Magazine Luiza ainda é uma boa opção?
Em um cenário econômico incerto e bastante volátil, é necessário cautela para investir em ações do setor de varejo, segundo Nilo Galvani, cogestor de portfólio da TM3 Capital. Ainda assim, de acordo com Galvani, a queda do patamar na curva de juros pode trazer vantagens para as ações do Magazine Luiza no futuro, mesmo considerando que o impacto efetivo na economia da queda da Selic demora a se materializar.
É importante destacar que a economia brasileira pode desacelerar nos próximos trimestres, levando-se em conta o alto índice de endividamento da população e a inflação em ascensão. Isso pode significar uma eventual retração do consumo de bens duráveis, afetando diretamente as varejistas, em especial a Magazine Luiza.