Desde muito, a sociedade global enfrenta o que conhecemos como conflitos, guerras, desentendimentos e tragédias. É fato que a normalidade social passa, primeiro, pela guerra. A paz tem sido, historicamente, a exceção. Por quê? Existem várias razões e, a partir da perspectiva de quem analisa o cenário, a razão dos conflitos será sempre o Outro, infelizmente.
Ao revisitar os feitos da humanidade, é inegável que uma parcela significativa deles ocorreu em meio a contextos de conflito. Um exemplo emblemático é a Segunda Guerra Mundial, um conflito devastador que assolou o mundo de 1939 a 1945, envolvendo potências globais da época. Naquele cenário, nações poderosas mobilizaram seus recursos para desenvolver armamentos e tecnologias nunca antes vistos com o intuito de derrotar os inimigos e os resultados são, sem dúvidas, conhecidos por todos. Naquele contexto de guerra, a Alemanha de Hitler buscava o extermínio de grupos étnicos que não faziam parte da raça ariana.
Não podemos ignorar que Adolf Hitler e seu regime nazista são responsáveis por um dos episódios mais horrendos da história da humanidade, principalmente no que diz respeito ao Holocausto, que dizimou cerca de cinco milhões de vidas humanas. Sob qualquer análise, esse massacre é incontestável e a magnitude da atrocidade é irrefutável. Hannah Arendt, que foi convidada a testemunhar e documentar o julgamento de Adolf Eichmann, um dos principais agentes das atrocidades nazistas, explorou o conceito da “banalidade do mal”, revelando a perturbadora ideia de que o mal pode se manifestar de maneira comum e cotidiana no indivíduo, algo que só pode ser contraposto pela aplicação da razão em prol do interesse comum e do bem da coletividade.
Desde o término da Segunda Guerra Mundial, até os dias atuais, observamos que os conflitos ainda persistem e só não levam o mundo ao colapso graças à resiliência presente nas instituições educacionais, nas democracias e nas organizações da sociedade civil, que continuam a lutar contra atos autoritários e terroristas que, dia após dia, assolam a humanidade.
Em tempos de guerra, é preciso promover a cultura de paz. Nesse sentido, a escola, nas palavras de John Dewey, desempenha um papel fundamental. Ela não pode ser uma preparação para a vida: ela é a própria vida! Portanto, todas as ações que fortaleçam laços de amizade, sentimentos de compaixão e empatia, princípio da alteridade e que cultivem o amor ao próximo farão com que, no futuro, a paz persista e os conflitos sejam exceção.
Algumas sugestões para as escolas promoverem a cultura de paz:
1. Implementar programas de educação emocional e social, visando ao desenvolvimento da empatia e do entendimento interpessoal entre os alunos.
2. Fomentar projetos de colaboração e resolução pacífica de conflitos, ensinando habilidades de comunicação eficaz e mediação.
3. Promover a diversidade e a inclusão, conscientizando os estudantes sobre a importância do respeito à pluralidade de perspectivas e identidades.
4. Incentivar atividades extracurriculares que abordem questões de paz, respeito mútuo e solução não violenta de problemas.
5. Criar parcerias com organizações locais e grupos comunitários que compartilhem os valores da cultura de paz, permitindo que os alunos se envolvam em projetos sociais que promovam a paz e a solidariedade.