Entre várias possibilidades de pagamento, o Pix tem sido escolhido por mais da metade dos Microempreendedores Individuais (MEIs) como opção primária. No entanto, este método encontra-se sob análise vigilante da Receita Federal.
Uma tendência preocupante é o aumento de notificações endereçadas aos MEIs, muitas vezes resultando em sua exclusão desta categoria, o chamado desenquadramento. A grande causa deste acontecimento é a falta de registro de vendas realizadas por meio do Pix na Declaração Anual do Simples Nacional (DASN).
Como o uso do Pix pode impactar o MEI?

Neste texto, vamos abordar o impacto do Pix para o MEI e o que fazer para evitar problemas com a Receita Federal. Embora o Pix seja uma ferramenta extremamente útil, é preciso ter em mente que todas as transações realizadas através dele contam para o cálculo do faturamento anual do MEI, que deve ser de, no máximo, R$ 81 mil.
Quais informações são reportadas à Receita Federal?
É importante frisar que instituições financeiras têm o dever de informar à Receita Federal quaisquer movimentações realizadas através de contas atreladas a um CNPJ, o que também engloba as transações feitas pelo Pix. Isso segue as normas do Convênio ICMS 166 de 2022, o que reforça a necessidade de um controle apurado das transações.
Um equívoco comum é o pensamento de que não emitir notas fiscais não acarretará em consequências graves. Entretanto, isso é um erro. A Receita Federal une todas as informações, inclusive das transações feitas com o CPF do empreendedor, por considerar todas as contas bancárias, de Pessoa Física ou Jurídica, ligadas a um único CNPJ.
Quais as consequências do uso inadequado do Pix pelo MEI?
As infrações nestas regras podem resultar na perda do status de MEI e a necessidade de se enquadrar em uma nova categoria tributária, além do pagamento de multas referentes à falta de recolhimento de impostos.
Para evitar estes problemas, é essencial, segundo a Resolução CFC 750/93, que os MEIs possuam contas separadas para suas transações como Pessoa Física e Pessoa Jurídica e que todas as transações comerciais sejam realizadas na conta de Pessoa Jurídica.
Em resumo, manter a organização, emitir notas fiscais corretamente e gerenciar de forma adequada as transações via Pix pode evitar diversos problemas fiscais. Alfredo Soares, fundador da Xtech e CEO da Loja Integrada, cita a importância de “trabalhar a organização financeira, parte fundamental para qualquer negócio prosperar, para que o foco do empreendedor possa ser, principalmente, as vendas”.