A partir deste sábado, 21 de Outubro de 2023, os consumidores brasileiros enfrentarão uma nova realidade na hora de abastecer seus veículos. A Petrobras anunciou uma redução de 4,1% no preço da gasolina nas refinarias enquanto o diesel sofrerá um aumento de 6,6%. Apesar de tal variação, os impactos nas bombas ainda são incertos e esperam-se estratégias das distribuidoras para a definição dos novos preços de venda ao consumidor.
Estes reajustes resultam na redução de R$ 0,12 no litro da gasolina e um aumento de R$ 0,25 no litro do diesel. No entanto, a Petrobras ressalta que, embora o diesel apresente um preço elevado, o acumulado do ano marca uma redução de R$ 0,44 por litro. Em relação à gasolina, a economia anual alcança R$ 0,27 por litro.
Qual será o impacto dessas mudanças no bolso do consumidor?

De acordo com Étore Sanchez, economista da Ativa Investimentos, a previsão de impacto na bomba é de +3,7% para o diesel e de -2% para a gasolina. Isso representaria, em média, um acréscimo de R$ 0,20 por litro de diesel e uma diminuição de R$ 0,10 por litro de gasolina.
Os reajustes nas refinarias, contudo, não garantem repasses imediatos para os consumidores. Os preços finais dos combustíveis são influenciados também por impostos, mistura de biocombustíveis e a margem de lucro da distribuição e da revenda.
Como a variação dos preços dos combustíveis reflete no mercado interno?
Em meio a conflitos no Oriente Médio e alta do petróleo, a Petrobras deixou de praticar a Política de Paridade Internacional (PPI) no início de 2023. Isso resultou em uma defasagem entre os valores praticados internamente e os preços do exterior.
Os dados mais recentes da Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis) indicam que a defasagem média de preço mais expressiva é a do diesel, de -13%. Para a gasolina, é de -5%. Tal cenário compõe um complexo cenário econômico, influenciado por variáveis internacionais e estratégias internas das empresas de energia e combustíveis.
Frente a esse panorama, especialistas ressaltam que é cedo para prever o quanto mais caros os combustíveis podem ficar diante de uma possível escalada do conflito no Oriente Médio. No entanto, há um consenso de que, se as altas do petróleo perdurarem, os preços dos combustíveis inevitavelmente subirão.
O que podemos esperar para o futuro?
Analistas acreditam que a posição atual da Petrobras não é sustentável a longo prazo. Fábio Silveira, sócio-diretor da MacroSector Consultores, aponta que o que está impedindo um aumento ainda mais vigoroso no preço dos combustíveis é o período de desaceleração econômica global. Segundo ele, se houver uma deterioração das condições políticas no Oriente Médio, não há dúvida de que gasolina e diesel teriam um aumento de pelo menos 10% a 20%.
Por fim, é importante ressalvar que, embora a estratégia atual de preços possa obedecer a interesses imediatos, manter essa política por muito tempo comprometerá a rentabilidade da Petrobras em 2024.