No último sábado (21), uma remessa aguardada de caminhões carregados com ajuda humanitária finalmente entrou no território da Faixa de Gaza, vindo do Egito através da fronteira de Rafah. A permissão tardia para a passagem desses caminhões ocorreu após dias de negociações e disputas diplomáticas.
Imagens transmitidas pela TV estatal egípcia mostraram o momento em que os veículos cruzavam a área fronteiriça, vindos do lado egípcio. Rafah tem se destacado como a principal rota para a entrada e saída de pessoas e bens da Faixa de Gaza que não está sob controle de Israel. Atualmente, este ponto tem sido o foco central nos esforços para conseguir enviar ajuda humanitária aos 2,3 milhões de moradores de Gaza.
Por que a Faixa de Gaza enfrenta uma possível “catástrofe humanitária”?

A situação em Gaza agravou-se alarmantemente a partir de 7 de outubro, quando Israel decidiu impor um bloqueio total ao território em resposta a um ataque fatal ocorrido em solo israelense, atribuído ao grupo palestino Hamas. Desde então, Israel tem lançado ataques aéreos constantes contra Gaza, causando um cenário de destruição e desespero.
A condição já delicada da região foi substancialmente agravada com este bloqueio. A própria ONU alertou para uma possível “catástrofe humanitária” em Gaza. A ajuda que tanto chegava estava prestes a acabar, com as reservas de alimento quase se esgotando, e o fornecimento de combustível necessário para manter os geradores dos hospitais atingiu níveis ameaçadoramente baixos.
O papel da ONU na entrada da ajuda humanitária em Gaza
Na sexta-feira (20), um dia antes da entrada dos caminhões de ajuda, o secretário-geral da ONU, António Guterres, visitou a fronteira em um esforço pessoal para conseguir a permissão para a passagem da ajuda. Segundo Guterres, ainda estão sendo elaboradas as regras para um mecanismo de inspeção da ajuda que Israel demanda.
Devido à escalada do conflito, muitos residentes de Gaza têm se deslocado para o sul do território para evitar os constantes ataques aéreos no norte da região. Ainda está incerto quanto tempo esta situação vai perdurar, mas cada passo dado em direção à ajuda e suporte à população de Gaza já representa um grande alívio.