Em janeiro deste ano, a Americanas (AMER3) chocou o mercado ao revelar um rombo bilionário na empresa, que chegava na casa dos R$ 40 bilhões. Desde então, a empresa vem tentando se recuperar. Um dos seus primeiros passos foi solicitar uma recuperação judicial, assumindo o quarto lugar no ranking da maior recuperação judicial da história do país, de acordo com um levantamento feito pelo O Globo.
Mesmo com essas iniciativas e ações para o gerenciamento da crise, a Americanas acabou perdendo muito o seu valor de mercado, ficando em sérias desvantagens quanto aos seus concorrentes no setor do varejo. Sendo assim, a pergunta que fica daqui pra frente é: será que a varejista vai se recuperar?
Para o economista e CEO da Humaitá Digital, Vandyck Silveira, existe um caminho de resolução para a companhia, mas ele não necessariamente vai levar a Americanas a se recuperar.
“Eu vejo uma saída, mas não vejo possibilidade da Americanas se reerguer. Eu acho que a empresa deveria fazer uma liquidação total dos seus ativos e tentar vender esses pedaços pelo melhor preço possível, para quem quer comprar”, diz Silveira durante programação da BM&C News.
O especialista explica que, em sua visão, a companhia perdeu suas vantagens no setor e além disso, seu modelo de negócios se encontra totalmente ultrapassado.
“Há lojas em shoppings e lugares como a Rua Augusta (SP) e Av. Paulista (SP), que são lojas como o metro quadrado muito caro, para vender produtos com o preço muito baixo. Ou seja, somente números exorbitantes em lucros e vendas justificariam essas lojas”, explica economista, acrescentando que além de insustentável, o modelo de negócios da varejista ainda por cima foi disruptivo pelo varejo digital.
Americanas (AMER3) fecha 95 lojas e demite mais de mil funcionários em 2023
No governo da recessão econômica, a Americanas, uma das maiores redes de varejo do Brasil, tem sido fortemente impactada. A empresa tem vivido uma realidade escorpiana, fechando lojas e demitindo funcionários em um ritmo acelerado. Durante o período de oito meses, de janeiro a setembro de 2023, a empresa fechou 95 lojas em todo o país.
Segundo relatório enviado à CVM, em janeiro a Americanas possuía cerca de 1.880 lojas e atualmente conta com cerca de 1.785 pontos de venda. Tal fato representa em média, o fechamento de uma loja a cada 2,5 dias.
Próximos capítulos
Ainda em recuperação judicial, a Americanas se pronunciou ao mercado afirmando estar focando na manutenção de suas operações e na busca pela eficiência. Recentemente, anunciou a abertura de 1.200 vagas temporárias para a Black Friday e Natal. No entanto, a habilidade da empresa em cumprir essas metas e efetivamente se recuperar da crise econômica é algo que o tempo dirá.