O clima para a semana financeira global promete fortes oscilações de mercado. Em meio à crescente tensão no Oriente Médio, seus reflexos afetam diretamente o mercado global, impulsionando a demanda por ativos tradicionalmente seguros e levando investidores internacionais a regressar sua postura sobre as taxas de juros.
O foco na próxima segunda-feira estará no dólar americano, no iene japonês e no franco suíço – moedas vistas geralmente como portos seguros em tempos de incerteza. Por outro lado, moedas consideradas mais arriscadas, como o dólar australiano, podem vir a sofrer pressão de venda.
Ouvido ao chão: como estão os mercados?

Ao abrir a semana, os olhares estarão atentos também aos preços do petróleo e aos títulos do Tesouro, após oscilações significativas nas últimas semanas. Paralelamente, a crise no Oriente Médio intensifica-se com o anúncio do exército israelense de preparação para “operações terrestres significativas” em Gaza. O ouro, bastante valorizado em momentos de volatilidade, fechou a semana com o maior aumento desde março.
O que esperar do cenário macroeconômico?
A combinação de um ambiente macroeconômico em declínio e acentuadas flutuações nas taxas de juros aponta para um aumento da volatilidade global. Além disso, o conflito entre Israel e Hamas no Oriente Médio tem potencial para impactar profundamente a economia mundial.
Segundo Ed Al-Hussainy, estrategista global de taxas da Columbia Threadneedle, um possível agravamento da guerra entre Israel e Hamas seria um fator adicional de preocupação para o mercado global. Até o momento, entretanto, a atenção dos negociadores de moedas parece concentrar-se mais nas ações do Federal Reserve.
Poços de incerteza
Nos Estados Unidos, um relatório de inflação superior ao esperado na última semana aumentou a expectativa sobre um novo aumento da taxa pelo Fed, causando forte venda de títulos do Tesouro. Além disso, a indefinição política, evidenciada pela ausência de liderança na Câmara dos Representantes, somada à intensificação das tensões no Oriente Médio, adiciona mais incertezas ao panorama do mercado.
“Estamos todos aguardando para ver que direção isso vai tomar, mas até que realmente nos preocupemos com o fornecimento de petróleo, o mercado aguardará com o fôlego contido”, sublinha Jane Foley, chefe de estratégia de moeda do Rabobank.