A conhecida agência de investigações corporativas, a Kroll, solicitou recentemente à Justiça o acesso ao sistema de contabilidade e outros documentos essenciais das Lojas Americanas. Tal requisição visa complementar a perícia realizada em torno das responsabilidades acerca da fraude contábil que resultou em um prejuízo de mais de R$ 20 bilhões para a empresa.
O pedido foi protocolado dentro do trâmite de um processo de produção de provas movido pelo Bradesco. Neste caso, a Justiça de São Paulo já havia autorizado a quebra de sigilo de e-mails e outros documentos internos pertencentes à varejista. Em resposta à solicitação da Kroll, a juíza Andréa Galhardo Palma, pertencente à 2ª Vara Empresarial de São Paulo, pediu que Bradesco e Americanas apresentem suas respectivas manifestações.
O que já se sabe sobre a investigação das Americanas?

Conforme o portal Metrópoles divulgou, a Kroll já está de posse de 1 terabyte de dados da Americanas. Isso equivale a, aproximadamente, 6,5 milhões de documentos em formatos de páginas do Word ou PDF. Caso fossem imagens, corresponderia a toda a extensão de 500 horas de vídeo em alta definição.
Por que a Kroll necessita de mais informações da Americanas?
No entanto, a Kroll alega que até setembro de 2023, quando a perícia foi temporariamente suspensa por conta da apuração de um possível conflito de interesse, muitos documentos importantes ainda não haviam sido disponibilizados. Por isso, a agência de investigações solicita que esses documentos sejam compartilhados.
Dentre os documentos solicitados pela Kroll, tem-se servidores de arquivos contendo planilhas de tesouraria, sistemas contábeis e financeiros, cadastro de fornecedores, histórico de acessos a estes documentos, entre outros. O período indicado para acesso à documentação corresponde de 2012 a 2022.
Qual a importância da perícia para o esclarecimento do caso?
O objetivo dessa perícia é esclarecer como foi estruturada, dentro da empresa, a fraude contábil de inéditos R$ 20 bilhões, a maior já registrada na história do país. As informações iniciais apontam que a ação fraudulenta ocorreu durante um período de dez anos, o que justifica a ampla abrangência temporal da investigação.
Em decorrência disso, a investigação alcança também diretores e conselheiros desse período, incluindo integrantes do grupo acionista de referência Americanas, composto por grandes nomes tais como Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles. Mais informações sobre o caso serão divulgadas na medida em que as investigações prosseguem.