
Embora a bolsa brasileira tenha estado fechada devido a um feriado nesta última quinta-feira, o mundo das finanças não tirou um dia de folga. De olho no cenário externo, os investidores estavam especialmente atentos à inflação americana e ao seu impacto global nas operações de mercado.
O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) nos Estados Unidos foi o protagonista do dia. A expectativa era de uma alta de 0,3% para o mês de setembro. Porém, os dados divulgados mostraram um salto de 0,4%, acima das projeções. Diante das especulações quanto ao poder persistente da inflação no país, as reações foram imediatas.
Como os mercados internacionais reagiram?
O efeito dessa surpresa foi sentido globalmente. Nos próprios Estados Unidos, os índices de Wall Street fecharam em queda, pressionados pelos dados de inflação e pela alta dos títulos do Tesouro americano. O Dow Jones registrou uma queda de 0,51%, enquanto o S&P 500 e o Nasdaq apresentaram desvalorizações de 0,62% e 0,63%, respectivamente.
O dólar americano, por sua vez, teve um dia forte. O índice DXY, que compara o dólar com uma cesta de moedas fortes, subiu 0,71%. Isso mostra como o fortalecimento da moeda americana impacta não só o mercado doméstico, mas também outros mercados globais.
E o mercado brasileiro, como deve reagir ao feriado?
Em relação ao Brasil, o impacto dessa inflação americana poderá ser visto com o retorno das negociações na B3. O ETF EWZ, termômetro do mercado brasileiro, encerrou o pregão com uma queda expressiva de 2,05% em Nova York. Portanto, o mercado brasileiro já antecipa uma provável reação negativa à inflação americana.
Quais outros fatores mundiais influenciaram o mercado?
Não foi somente a inflação americana que roubou os holofotes. Questões geopolíticas também desempenharam um papel importante no dia. A guerra entre Israel e Hamas, por exemplo, levantou incertezas sobre a oferta global de petróleo.
Diante desse cenário de tensão, os preços futuros do petróleo Brent e WTI (referências no mercado internacional) fecharam o dia em alta. Agências globais estão em alerta para a crise no Oriente Médio, uma vez que a região é responsável por um terço do comércio marítimo de petróleo.
Em resumo, esse dia agitado nos mercados internacionais, com a inflação americana em destaque, serve de lição para os investidores brasileiros. E, após o feriado, a expectativa é de uma maior movimentação no mercado financeiro local.