
Nos últimos dois anos, o Brasil enfrentou um volume de chuvas acima da média que afetou negativamente as ações das empresas Eneva (ENEV3) e Eletrobras (ELET6). Os reservatórios de água ficaram cheios, reduzindo a demanda por energia térmica – um fator que prejudicou especialmente a Eneva.
Já a Eletrobras tem sofrido com os baixos preços da energia no mercado para vender a capacidade ainda descontratada das usinas renovadas durante o processo de privatização. No entanto, após meses de desempenho negativo, ambas as empresas têm mostrado sinais de recuperação.
O calor vai esquentar as ações das empresas de energia
A onda de calor no Brasil, no final de setembro, levou a um pico de consumo de energia elétrica fora do comum, especialmente devido ao uso intensificado de aparelhos de ar-condicionado. Esta demanda resultou em uma elevação dos preços da energia fora do seu piso regulatório pelo primeiro tempo em mais de um ano.
Como a mudança no clima pode afetar o setor de energia?
O Instituto de Pesquisas Climáticas de Columbia (IRI) prevê temperaturas significativamente acima da média para os próximos seis meses em quase todo o Brasil. Isso sugere um aumento no consumo de energia no futuro próximo. No entanto, esse aumento nos preços da energia não é apenas um resultado do calor. Interferências para manutenção em Angra II e uma abordagem mais cautelosa do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) após o apagão de agosto, também contribuíram para isso.
Qual a expectativa para o setor elétrico brasileiro?
O resultado das investigações do ONS sobre o apagão de agosto trouxe notícias ligeiramente positivas para as elétricas brasileiras. A conclusão de que a falha ocorreu em usinas eólicas e solares pode levar a uma maior segurança energética para o planejamento e a expansão do setor elétrico brasileiro.
Os reservatórios ainda estão altos, o que continua sendo um problema para os preços da energia e para os mesmos despachos termelétricos. No entanto, já existe uma estiagem e falta de chuvas em algumas áreas da Região Norte, com interrupção de algumas usinas hidrelétricas. Isto deve servir como um lembrete para os investidores de que, mesmo após dois anos de chuvas abundantes, a situação pode mudar a qualquer momento.
Apesar dos desafios enfrentados pelo setor – excesso de oferta de energia, reservatórios cheios, baixo crescimento econômico, incentivos para energia renovável, etc – há sinais positivos indicando uma possível recuperação. Nesse cenário, as ações da Eneva e Eletrobras seguem recomendadas pela Empiricus Research.