Em um contexto de aversão ao risco, os ativos brasileiros passam por um momento delicado. No último dia 12, quando a bolsa de valores do Brasil se encontrava fechada devido ao feriado de Nossa Senhora Aparecida, os investidores tiveram que lidar com um cenário preocupante, orginado pela alta dos rendimentos do tesouro americano.
Este cenário veio após uma sequência de duas sessões de baixa. Deste modo, os investidores precisaram observar atentamente os sinais que vinham do exterior, sobretudo da bolsa de Nova York, que funcionou normalmente no dia.
Elevação da inflação preocupou o mercado financeiro
Mais cedo, o índice de inflação dos Estados Unidos, o CPI, exibiu um crescimento de 0,6% em relação ao mês anterior. Além disso, também apresentou um avanço de 3,7% se comparado ao mesmo período do ano passado. Esta alta temia o mercado, que esperava por um crescimento de 0,3% e de 3,6%, respectivamente. Diante destes resultados, os mercados começaram a mostrar sinais de preocupação, uma vez que isto é um indicativo de que o Federal Reserve, o banco central americano, poderá aumentar os juros e manter esta alta por um período longo de tempo.
O que aconteceu com os ativos brasileiros?
Na contramão, os ativos brasileiros foram afetados pela aversão ao risco. Um exemplo disto é o fato das ADRs (American Depositary Receipts), recibos que permitem a negociação de ações brasileiras no exterior, da empresa Petrobras terem apresentado queda de 0,36%, a despeito de um cenário anterior de alta. Da mesma forma, a Vale, empresa com grande influência no mercado, exibiu um declínio de 2,06%.
Qual é a perspectiva para o futuro?
Apesar da notícia, vale ressaltar que os preços de futuros apresentaram crescimento na última quinta-feira. Isto ocorreu em razão da expectativa dos investidores de que medidas adicionais seriam tomadas com o objetivo de sustentar a economia da China. Este cenário de incerteza e declínio é agravado pelo corte na produção doméstica de aço e pela incerteza que paira sobre o setor imobiliário chinês.
Novas expectativas de estímulo para a segunda maior economia do mundo, que também é a maior consumidora de metais, poderão beneficiar o minério de ferro. No entanto, é importante frisar que a crise de endividamento que afeta várias empresas do ramo imobiliária na China tem sido um fator de preocupação para o mercado. As ADRs do Itaú, por exemplo, apresentaram queda de 1,72%.