
No último sábado (7), Israel enfrentou um ataque sem precedentes. O grupo terrorista islâmico Hamas lançou milhares de mísseis contra o país, ocasionando reações de apreensão nos mercados globais. Como consequência, o preço do barril de petróleo disparou, e as ações de petroleiras, como a Petrobras (PETR4), sofreram elevações notáveis. Um impacto similar foi sentido também na Taurus Armas (TASA4), que viu suas ações fechar em alta nessa segunda-feira (9).
A origem dessa tensão remonta a uma história longa e complexa de conflitos, que foram acentuados a partir da divisão da Palestina estabelecida pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1947. Contudo, o que é de especial nota nessa situação recente é o impacto causado na Taurus Armas, uma fabricante nacional de armas. Em um único dia, os papéis da Taurus subiram mais de 2,22% e, na terça-feira (10), suas ações saltaram para R$ 16,50, uma elevação de 5,3%.
Quais são as relações da Taurus com Israel?
A Taurus tem histórico de exportações de armamentos para Israel, e essas vendas aumentaram mais de 700% apenas no primeiro semestre de 2023, passando de R$ 560 mil para R$ 4,9 milhões. Contudo, essa receita é relativamente pequena se comparada à receita total da empresa que ultrapassa R$ 800 milhões.
Ademais, a maior parcela da receita da Taurus é proveniente dos Estados Unidos, respondendo por 82,53% do total. Outros 12% desse montante estão relacionadas à vendas no mercado doméstico. Logo, ainda que haja um aumento da demanda por armas em Israel, o impacto na receita da empresa tende a ser mínimo.
Por que, então, as ações da Taurus ganharam força?
Embora a relação direta entre a Taurus e Israel seja pequena, há uma percepção de que eventos externos que gerem insegurança na população norte-americana, principal mercado da empresa, podem gerar valorização das ações. Ou seja, as tensões e o conflito vividos em Israel podem influenciar a demanda por armas nos EUA.
Quais são as expectativas para a Taurus?
Apesar do cenário desafiador e dos recentes conflitos em Israel, as projeções para a Taurus são de crescimento. A empresa tem demonstrado eficiência, controle de dívida e vem obtendo lucro, mesmo diante das restrições a armamentos pelo governo brasileiro e o esfriamento do mercado americano.
Ainda assim, a ação da empresa sobe 33% no acumulado do ano, o que reforça a visão de alguns analistas de que os ativos estão caros. Outros, no entanto, mantêm a recomendação de compra, enxergando a perspectiva a longo prazo positiva para os papéis da empresa.
Somente o tempo dirá o futuro da Taurus, assim como o desenrolar desse conflito que já afeta setores além dos diretamente envolvidos, como o mercado de ações e o preço do petróleo.