
Em uma recente declaração, a diretora do Federal Reserve (Fed), Michelle Bowman, sinalizou a possibilidade de uma nova mudança na política monetária dos Estados Unidos, o que certamente terá implicações globais. Essa informação veio à luz durante o Festival Econômico de Marrakesh, realizado em Marrocos, um evento anual coordenado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e pelo Banco Mundial.
Bowman advertiu que para alcançar a meta oficial de inflação, o Fed pode precisar aumentar suas taxas de juros e mantê-las em um nível restritivo por um período prolongado. Atualmente, a inflação dos EUA continua muito acima da meta oficial de 2%, apesar dos esforços contínuos do Fed para contê-la.
O cenário econômico dos EUA
Além da dinâmica da inflação, Michelle Bowman também abordou outros fatores econômicos relevantes. Ela citou que o gasto fiscal do governo dos Estados Unidos continua a ser robusto, e que o mercado de trabalho persiste forte. Ambos os fatores, adicionados à crescente inflação, podem justificar um endurecimento monetário adicional.
O que significa um aperto monetário?
Um aperto monetário se refere a uma política econômica que visa desacelerar a economia para conter a inflação. Isso é feito através do aumento das taxas de juros, o que torna mais caro pedir dinheiro emprestado e, portanto, desencoraja o gasto. Com menos dinheiro circulando na economia, a demanda por bens e serviços pode cair, reduzindo a pressão ascendente sobre os preços.
Como as políticas do Fed impactam o mundo?
Como a maior economia do mundo, as políticas monetárias adotadas pelos Estados Unidos impactam outros países. Um aumento nas taxas de juros pode acarretar na fuga de capital para o dólar, provocando uma pressão adicional sobre as moedas locais. Além disso, pode tornar mais caro o financiamento em dólares e impactar, assim, as empresas de países emergentes que costumam financiar suas operações em moeda estrangeira.