
Ainda ressabiados com as perdas do boom mais recente de ofertas inicias (IPOs, na sigla em inglês) na B3, entre 2020 e 2021, gestores de fundos de ações defendem que é preciso uma melhora consistente na Bolsa para embarcarem em novas histórias. Eles alegam que o Ibovespa precisa estar ao menos acima de 130 mil pontos. Além disso, o nível de preços na Bolsa é outro fator que impede uma decisão positiva.
Um obstáculo enfrentado pelos potenciais candidatos a IPO é a ausência de ofertas nos últimos dois anos, o que os deixou sem referência. Eles também citam que, embora tenha havido estabilização dos saques nos fundos com mandato para alocar em renda variável após retiradas bilionárias, ainda não há sinal de demanda pelos compradores, especialmente por novas companhias.
Como os investidores se queimaram no último ciclo de IPOs
“O pessoal se queimou com o último ciclo de IPOs, onde muito se esperou e pouco se realizou,” lembrou o gestor da Kinea, Ruy Alves. Ele menciona que a falta de clareza nos campos macroeconômicos local e externo desmotiva os fluxos na Bolsa, o que acaba desanimando os gestores para engajarem em novas ofertas.
Os desafios macroeconômicos no cenário de IPOs
Alves reforça que a estabilidade econômica dos Estados Unidos e China é crucial para o otimismo em relação à Bolsa brasileira. Além disso, ele afirma que a atividade econômica brasileira deve desacelerar no segundo semestre e projeta que o Banco Central não vai cortar juros como esperado pelo mercado.
O cenário favorável para a retomada de IPOs na bolsa
Os especialistas do Estadão acreditam que a retomada de novas ofertas de ações está próxima, entre o fim de 2023 e o início de 2024, impulsionada pela esperança de melhoria nos indicadores econômicos e aprovação da reforma tributária e do arcabouço fiscal. O diretor de relação com clientes da B3, Rogério Santana, expressa otimismo, dizendo: “Hoje, é expectativa”.
Entretanto, eles ressaltam que o sucesso das ofertas de ações dependerá de diversos fatores domésticos e internacionais que devem se concretizar nos próximos meses. Se concretizada, a tendência de retomada dos IPOs pode ser uma oportunidade para as empresas obterem recursos e promover uma maior diversificação na carteira dos investidores do mercado de capitais brasileiro.