
O mundo acordará na manhã de segunda-feira dia 9, com uma grande preocupação nos mercados globais: os possíveis efeitos do conflito entre Israel e o Hamas nos ativos de risco. Após um fim de semana de tensão com hostilidades inesperadas e sem precedentes entre ambos os lados, o estado de pânico global se intensificou.
Uma crise humanitária iminente é implícita, com milhares de pessoas mortas e feridas nas primeiras 24 horas do conflito. No entanto, o grau de impacto possível nos mercados globais ainda é uma incógnita. Mesmo a assim, existem algumas percepções do potencial campo minado no qual os investidores podem atuar.
Israel x Hamas: impactos no mercado de petróleo
Um dos setores que mais sente o choque do conflito entre Israel e o Hamas é o de petróleo. A guerra acontece em uma região de grandes produtores dessa matéria-prima, incluindo a Arábia Saudita. Para a consternação dos investidores, o petróleo Brent e WTI acumulou perdas de mais de 8% na semana e muito longe da marca de 100 dólares o barril.
Devido à guerra, é muito provável que haja um disparo nos preços do petróleo a partir de segunda-feira (9), quando os mercados voltarem a funcionar normalmente. Esse aumento pode ocorrer por causa de uma possível instabilidade regional que pode afetar a produção e o transporte de petróleo no Oriente Médio, de acordo com James Hyerczyk, analista da FX Empire.
O ouro e a prata frente ao conflito Israel e Hamas
O ouro e a prata costumam ser ativos de refúgio durante períodos de turbulência geopolítica. É provável que o agravamento das tensões leve a uma procura ainda maior por esses ativos. No entanto, Hyerczyk alerta que movimentos especulativos podem adicionar uma camada de volatilidade aos preços do ouro e da prata.
Consequências do conflito para o dólar
O dólar também é considerado um refúgio seguro em momentos de incerteza no mercado. No entanto, os especialistas acreditam que a moeda norte-americana estará mais ligada aos indicadores dos EUA, como os dados de inflação a serem divulgados esta semana, do que à guerra entre Israel e o Hamas.
O economista André Perfeito, por outro lado, acredita que caso o preço do petróleo suba, os investidores vão exercer pressão sobre os juros norte-americanos – com a alta dos rendimentos do Tesouro dos EUA significando um declínio nos ativos de risco e uma penalização nos ativos emergentes, incluindo os brasileiros.