
A gigante do varejo brasileiro, Casas Bahia, conseguiu na última terça-feira, estabelecer um acordo com os detentores da 20ª emissão de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) para evitar o vencimento antecipado de uma considerável dívida no valor de R$ 420 milhões. Isso foi possível graças a uma estratégia de negociar um aumento na remuneração dos títulos em 0,55%, bem como um prêmio de 0,25% decorrente do prazo médio ponderado restante para cada papel.
A decisão, apesar de implicar em um aumento no custo da dívida da empresa, assim como a subsequente elevação da despesa financeira, proporcionou à Casas Bahia um alívio no curto prazo. Segundo analistas do setor, a empresa agora tem a oportunidade de reestruturar seus planos de volta aos eixos.
O susto foi grande, mas cabe recuperação?
A Casas Bahia não se manifestou oficialmente em relação ao ocorrido, mas é sabido que a ocorrência de duas séries de CRIs com vencimento em 2027 emitidas pela Opea Securitizadora foi um dos gatilhos para o impasse. As emissões andavam a uma remuneração equivalente a CDI mais 1,85% e IPCA mais 8,2243%. E pior, uma série com vencimento em julho de 2029 havia sido emitida a um custo de IPCA mais 8,3348%.
A S&P (Standard & Poor’s), agência internacional de classificação de risco, lastreou rebaixamento do rating dos CRIs e das debêntures de “brAA-” para “brA-” na escala nacional. Esse evento, que aconteceu após um corte da nota da própria Casas Bahia, deixou todos os envolvidos em alerta. A ação trouxe para os acionistas que já se comprometiam com a oferta prioritária o direito a desistência.
E agora, o que esperar da Casas Bahia?
A S&P estima que antes do sustenta emquestão, a empresa tinha uma posição de caixa de cerca de R$ 870 milhões, sem contar os recebíveis, mais R$ 4,9 bilhões de contas a serem recebidas. Após a oferta de ações feita no mês passado, a companhia levantou mais R$ 622 milhões com a operação que contou com a garantia de liquidação dos bancos coordenadores. Sob nova direção, a companhia tenta reestruturar seu negócio, de modo a recuperar sua solidez no mercado.
Acompanhar o desenrolar dessa história é essencial, já que a Casas Bahia é uma das maiores varejistas do Brasil e impacta diretamente a economia do país. Apesar do sobressalto, espera-se que a empresa consiga se reestruturar e continue a desempenhar seu papel importante no cenário do comércio nacional.