
Nesta segunda-feira (2), o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, participou do evento da Associação Brasileira de Câmbio (Abracam), em São Paulo, onde comentou sobre perspectivas para a inflação do Brasil.
De acordo com ele, a inflação em 12 meses “bateu no pico”. Além disso, ele explicou que a elevação recente da inflação acumulada em 12 meses, já era esperada por efeitos estatísticos. “A gente vê alimentação caindo bastante”, destacou Campos Neto. Segundo ele, há uma volatilidade recente nas expectativas do mercado “mais por fatores globais do que locais”.
Inflação dos próximos anos
Para Campos Neto, as expectativas para a inflação do país para 2023, 2024 e 2025 estão “mais ou menos” dentro da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional.
Sobre as metas fiscais, o presidente do BC afirmou acreditar que a “barra” está ficando mais alta para vários países e citou o caso dos Estados Unidos. “O governo acha que tem um descontrole fiscal [nos Estados Unidos]”, disse. Ele destacou ainda que o Brasil conseguiu controlar a inflação sem custo para a atividade. “A gente tem sempre um questionamento fiscal. Temos apoiado o governo na manutenção das metas [fiscais]”, ressaltou.
“No fim das contas estamos olhando para a estabilidade da trajetória de dívida, é importante persistir”, explicou. “Há uma dificuldade estrutural de cortar gastos; é uma equação que precisa ser endereçada no longo prazo”, complementou. Ele também chamou atenção para o aumento de gastos do governo, que está acima da média do mundo emergente.