Acabei de ler o livro “Breves respostas para grandes questões”, de Stephen Hawking, presente do Aldo, 85 anos, amigo querido, matemático e leitor voraz, com quem mantenho um clube de leitura. Durante algumas tardes, falamos sobre os livros que temos lido e sobre as perguntas que eles nos provocam a formular. No livro, traduzido por Cássio Leite, Stephen narra a saga de sua vida, sobretudo sua busca pelo conhecimento e a luta a partir do momento em que descobriu que tinha uma doença neuromotora que poderia tê-lo silenciado, mas sua mente brilhante o levou a superar todas as probabilidades.
Embora a vida do autor tome considerável quantidade de páginas do livro, é a sua intimidade com o conhecimento que ganha centralidade no curso da leitura. Após ler algumas páginas, descobri que ele estava longe de ser considerado um aluno de “alto desempenho”, já que, na escola, era taxado como regular. Fiquei curioso para saber mais sobre sua jornada. Stephen revela que era desleixado e não tinha uma letra muito boa, mas havia feito bons amigos na escola, com os quais conversava sobre tudo, especificamente sobre a origem do universo; dessas conversas, surgiu o desejo de ser um grande cientista.
Incrível como somos levados pelas certezas e poucas vezes damos espaço para refletir sobre o que podemos não saber. As escolas, dadas as necessidades diárias, são engolidas pelo tempo, pelas provas e, como consequência, dedicam pouco espaço ao ócio, à simples convivência, terras férteis para as boas conversas, trocas de saberes e formulação de perguntas.
Em “Breves respostas para grandes questões”, há perguntas do tipo “Deus existe?”, “Como tudo começou?”, “A inteligência artificial vai nos superar?”. Para muitos, não há respostas únicas para essas perguntas. Pouco importa! É preciso que essas e outras perguntas sejam feitas. Não há problema que as respostas para elas sejam breves; o importante é expandir cada vez mais nossa capacidade de formular grandes perguntas. A escola deve servir de espaço fértil para formar curiosos e curiosas, sujeitos determinados que buscam, pelas perguntas, superar as probabilidades.