
O Brasil e a China são parceiros comerciais importantes, pois a maioria das exportações brasileiras é direcionada ao mercado chinês. Em 2022, inclusive, o volume comercializado entre os países atingiu o número recorde de 150,1 bilhões de dólares, segundo informações do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). Por essa razão, os avanços e recuos na economia chinesa afetam o cenário econômico nacional.
O contexto que deixou os economistas e o mercado em estado de vigilância foi a queda na taxa de crescimento da China. O National Bureau of Statistic (DNE) divulgou que no 2º trimestre o Produto Interno Bruto (PIB) chinês cresceu somente 0,8%, em comparação ao trimestre anterior. Essa quantia, ainda que positiva, frustrou as expectativas para o período.
A matemática que envolve a relação com o Brasil é simples. Quanto menor a expansão e segurança da segunda maior economia do mundo, menores são as exportações e a circulação de capital interno. Dados do MDIC que comparam o 1º semestre de 2023 com o de 2022 mostram diminuição nos produtos importados e oscilação entre os exportados. No entanto, ao contrário das importações, o saldo final das exportações foi superior.
Reflexos no mercado de ações
O receio de uma eventual crise econômica chinesa, provocada pelo mercado imobiliário, movimentou os mercados de todo o mundo. Só para exemplificar a capacidade do impacto, em agosto, essa insegurança manteve a cotação do petróleo Brent próxima de 80 dólares/barril.
As commodities de minério de ferro também sentiram tensão. Na bolsa de valores brasileira, a B3, a situação só foi amenizada após siderúrgicas chinesas sinalizarem manutenção dos níveis de produção. Com a confirmação dos níveis de exportação, as ações da Vale foram impulsionadas.
Porém, nesse período, houve recuo entre os investidores de renda variável, que, agora, retiram apostas contrárias às ações dos mercados emergentes, como o brasileiro, e as direcionam para o segmento. Como resultado desse movimento, na segunda semana de setembro, os índices do MSCI, utilizados por gestores com capital ativo no exterior, apontaram para uma elevação de 1,5% nas ações emergentes, com exceção da China. Esse número foi o maior dos últimos dois meses.
Adaptação ao cenário
Apesar da desaceleração do segundo trimestre, a economia chinesa tem uma meta de crescimento de 5% para este ano. O ajuste, de acordo com especialistas entrevistados pela CNN Brasil, tende a acompanhar a aliança com o Brasil tanto para o comércio quanto para investimentos. Afinal, um dos fortes interesses atuais da nação envolve energias renováveis como a eólica e a solar.
Diante dessas projeções, o mercado reagiu. No dia 14 de setembro, o dólar fechou em R$ 4,87; essa foi a primeira vez no mês que a cotação foi inferior a R$ 4,90. O índice Ibovespa, por sua vez, teve avanço de 1,93%, conforme divulgado pela Agência Brasil. Com um panorama favorável, os players do mercado podem se valer das vantagens de uma conta internacional para diversificar a carteira e investir em títulos e ações chinesas.