
Mais uma vez, os investidores da Taesa (TAEE11) vão receber uma “bolada” em proventos. Na próxima terça-feira (29), a elétrica irá distribuir R$ 313 milhões em dividendos e JCP (Juros sobre Capital Próprio) aos acionistas.
Além do pagamento que ocorrerá ainda este mês, a companhia distribuiu o equivalente a R$ 3,38 por ação nos últimos 12 meses.
O montante chama atenção dos investidores e faz jus ao título da elétrica de uma das maiores pagadoras de proventos da bolsa. Entretanto, tem crescido o número de casas de análises que estão olhando para a distribuição de dividendos “gordos” da companhia como um acontecimento com “prazo de validade”.
Os analistas, entretanto, apontam que os fundamentos não justificam a manutenção desse ritmo de pagamentos. Na avaliação da Genial, as ações da companhia estão caras e os resultados do segundo trimestre vieram abaixo da expectativa, conforme reportou o Money Times. O lucro líquido, por exemplo, foi 60% menor que no mesmo período de 2022.
Por que os dividendos de Taesa (TAEE11) podem “minguar”?
O analista da Empiricus Research, Ruy Hungria, também acredita que, embora o pagamento de dividendos se mantenha, nos próximos anos eles podem diminuir consideravelmente.
Inclusive, os analistas da casa vêm falando sobre isso há alguns meses e recomendando aos investidores deixarem o ativo fora das carteiras focadas em dividendos. Em contrapartida, no radar dos profissionais da casa, estão5 ações para buscar dividendos no mês de agosto.
Há duas questões que podem impactar diretamente na distribuição de Taesa. A primeira delas é que, até o fim de 2030, a companhia encerrará o contrato de quatro concessões, sendo três delas muito importantes para o seu resultado. O fim dessas concessões pode representar uma redução das receitas da elétrica. E, em tese, essa redução deveria ser suprida pelos novos empreendimentos.
No final de 2022, a Taesa venceu a disputa por dois lotes leiloados pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), para transmissão de energia no Maranhão, Pará e Rio Grande do Sul.
O segundo ponto é que, na visão dos analistas, os novos empreendimentos da Taesa contam com uma taxa de retorno baixíssima. A Taxa Interna de Retorno (TIR) das novas concessões está entre 4,4% ao ano e 3,7% a.a. Para efeito de comparação, o Tesouro Direto IPCA + 2055, que tem vencimento próximo ao fim das novas concessões da companhia, oferece uma remuneração atualmente de IPCA + 5,45%.
Ou seja, ao mesmo tempo em que concessões importantes da companhia estão encerrando, a Taesa está se comprometendo com investimentos cujo retorno estimado é menor que o encontrado em títulos de longo prazo da renda fixa.
Na visão dos analistas, essas mudanças na tese da companhia vão impactar diretamente nas ações e no pagamento de dividendos. “Não dá para saber exatamente quando, mas esse dividend yield que hoje está em dois dígitos, a expectativa é de que, em alguns anos, vai minguar”, explicou Hungria.
Por esse motivo, a elétrica não está entre as melhores ações para buscar dividendos recomendadas pelos analistas da Empiricus Research. Os analistas divulgaram suas apostas em um relatório que contém a lista com as5 melhores ações para buscar dividendos em agosto.
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