
Na última quinta-feira (3), a Petrobras (PETR3; PETR4) anunciou seus resultados do segundo trimestre de 2023 (2T23), apresentando um lucro líquido de R$ 28,7 bilhões, queda de 47% em relação ao mesmo período do ano passado. Já para o lucro líquido recorrente, a redução foi de 35,9%.
Apesar disso, o resultado ficou acima da expectativa reunida pela Bloomberg, que esperava lucro de R$ 24 bilhões. De acordo com a petroleira, a queda de 40% do petróleo Brent foi uma das questões que mais pesou nesse trimestre.
Além disso, a companhia apresentou uma receita que caiu 33,4% ante o mesmo período do ano passado, somando R$ 113 bilhões. Já o Ebitda, ficou em R$ 56 bilhões, queda de 47%.
Dessa forma, nesta sexta-feira (4), o mercado reage aos resultados da companhia e como consequência, os ativos operam em queda. Às 13h50, as ações ordinárias da companhia (PETR3) caem 3,15%, cotadas aos R$ 33,24. Já os ativos preferenciais (PETR4) apresentam uma baixa de 1,88%, aos R$ 30,34.
Para o Gestor de renda variável da SOMMA Investimentos, Mauricio Gallego, os resultados da petroleira apresentaram números insatisfatórios para os investidores, porém, esse não é o único motivo para a queda dos ativos hoje.
“O resultado da Petrobras já era esperado, porque o nível do dólar no último trimestre foi abaixo do que foi observado nos últimos trimestres. No entanto, o mercado está olhando mais pra frente. Portanto, quando surge um nome como Sete Brasil no noticiário, ou assuntos mais políticos no noticiário, o investidor acaba ficando de cabelo em pé em relação à Petrobras”, explica Gallego.
Para o gestor, as notícias com viés político sobre a companhia assustam muito mais do que os resultados trimestrais em si, que já eram esperados. De acordo com a análise de Mauricio, a possibilidade da Petrobras voltar a cometer erros do passado é muito mais assustadora para o mercado.
“Hoje nós estamos tendo uma reação muito mais forte nas ações ordinárias do que nas preferências. Isso porque a Petrobras acabou de anunciar em fato relevante que vai fazer uma recompra de até 3,5% do valor de mercado da companhia nas ações preferenciais. Então você também tem esse tipo de informação que acaba mexendo com os ativos”, diz o gestor explicando ainda que o choque de notícias sobre a Petrobras deixa o investidor pensando com um olhar do que aconteceu no passado para o futuro da companhia.