
O número de investidores em fundos imobiliários cresce de forma acentuada e já atingiu a marca de 2,2 milhões de pessoas, de acordo com dados da B3. O número, levantado pelo jornal Valor Investe, representa um crescimento em mais de 900% – ou seja, mais de dez vezes – em relação a dezembro de 2018, quando tinham apenas 208 mil investidores.
Um dos fatores que podem explicar esse aumento significativo é a queda das taxas de juros, principalmente entre 2019 e 2020, conforme comentou Arthur Moraes, sócio do Clube FII, em entrevista ao BM&C Stock, da BM&C News.
“Um crescimento muito grande que vem acontecendo, principalmente pela queda da taxa de juros”, explicou Moraes, sobre os juros caindo para abaixo de 6%, em 2019.
“O investimento com pouca surpresa, com mais previsibilidade, mais comunicação, tudo isso vem caindo no gosto do investidor brasileiro. Contribui para o aumento consistente de pessoas investindo em fundo imobiliário.”
O sócio do Clube FII também comentou sobre o período de baixa dos fundos imobiliários e os motivos: “Passamos por um ano e meio de cotações em queda, principalmente com o aumento das taxas de juros. Não só da Selic, mas dos juros de longo prazo”.
Ele enfatizou também que após essa depreciação, os fundos retornaram a um período de normalidade
“Não enxergo nada caro em fundo imobiliário”, disse Moraes. “Tem bastante oportunidade de comprar coisa boa a preço adequado e de coisas que ainda estão baratas.”
Moraes explicou sobre a tendência do mercado de fundos imobiliários, nos quais FII de papel se beneficiam em um período com inflação e taxa de juros em alta. Por outro lado, em um momento de juros e inflação em queda, os FII de tijolo ganham mais destaque. Ele lembra, porém, que esse movimento é lento e, mesmo com um início de corte de juros, a economia costuma levar tempo para reagir.
A estratégia mais adequada, recomenda Arthur Moraes, é ter uma carteira diversificada, pois os ganhos ou as perdas acabam sendo mais equilibrado.