
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou variação de -0,08% em junho deste ano, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IGBE) nesta terça-feira (11). A expectativa do mercado era variação de -0,10% no período. No acumulado dos últimos 12 meses, a inflação chegou a 3,16% em junho, abaixo dos 3,94% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em junho de 2022, a variação havia sido de 0,67%.
Ainda de acordo com o IBGE, o resultado acabou influenciado principalmente pelas quedas em Alimentação e bebidas (-0,66%) e Transportes (-0,41%), que contribuíram com -0,14 p.p. e -0,08 p.p, respectivamente.
Mediante a esses dados, a economista do C6 Bank, Claudia Moreno, avaliou durante entrevista da BM&C News que apesar do IPCA de junho vir um pouco pior do que as expectativas do mercado, ele não deve alterar as previsões para a inflação no final do ano, muito menos mudar os planos do Banco Central de começar a diminuir a taxa de juros agora em agosto.
“O IPCA veio basicamente em linha com o que o mercado já esperava, mas quando a gente olha para a composição, realmente essa parte de serviços veio acima do que o mercado estava esperando. Então o que isso sinaliza? O banco Central está olhando principalmente para essa parte dos núcleos e da parte de serviços que é uma inflação mais resiliente”, explicou Moreno, afirmando ainda que é justamente pra essa inflação de serviço que o BC mostra mais atenção.
Mesmo assim, ela diz que a grosso modo as projeções não mudam e que o C6 ainda vê a inflação em 5,8% no final de 2023, e uma queda de 25 pb em agosto. “O BC já deu indicios na ata que ele deve fazer uma redução na Selic em agosto de maneira cautelosa. Então a gente acha que deve começar em uma queda de 25 pontos”, afirmou a economista.