
O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil teve uma alta de 1,9% no primeiro trimestre de 2023 em comparação ao trimestre anterior, na série com ajuste sazonal, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (1). Frente ao mesmo trimestre de 2022, o PIB cresceu 4,0%. Os dados superaram as expectativas do mercado, que previam crescimento de 1,3% na comparação trimestral e alta de 3,0% na comparação anual.
Mediante aos resultados, Marcos Lisboa, economista e ex-presidente do Insper, acredita que o PIB brasilero do 1T23 se dá devido a uma economia brasileira bem mais forte do que se esperava, e para ele, há alguns componentes que ajudam esse resultado, como é o caso do agronegócio, impactos de reformas desde o governo Temer e o ajuste fiscal que ajudou a colocar as contas do governo em ordem.
“Aparentemente, esses fatores têm contribuído para uma economia mais forte do que se esperava. Mesmo assim, é difícil medir o impacto desses pontos, mas aparentemente isso tem significado grandes avanços”, explica o economista durante participação na programação da BM&C News.
Dessa forma, Lisboa avalia que os bons resultados ainda se estenderão para os próximos meses, mas que a boa notícia não vem sozinha e ainda há questões importantes a serem levantadas a respeito da economia do país.
“Tem um lado que preocupa, que é: o quanto que economia está mais forte para o grande impulso fiscal que veio ai do ano passado e começo de 2023? Porque esse impulso fiscal dificulta o combate à inflação e ele é de fôlego curto. Ou seja, em uma economia como a brasileira, esse tipo de impulso fiscal ajuda no curto prazo, mas cria desafios para o longo prazo”, diz Lisboa.
“A notícia boa é: devemos ter bons meses pela frente, mas a dúvida é: o quão sustentável é isso?”, questiona o economista reenfatizando que o mais importante para a economia do país são os resultados a longo prazo. “O Brasil vai sair dessa armadilha de ter alguns bons anos seguidos de vários maus anos que dá um crescimento medíocre?”, questiona Lisboa. questiona Lisboa.