
O Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Fed (Federal Reserve, o Banco Central dos EUA) decidiu aumentar a taxa básica de juros dos Estados Unidos em 0,25 ponto percentual, para um intervalo entre 4,75% e 5,00%. A decisão foi comunicada nesta quarta-feira (22).
Em resposta à inflação, a decisão já era esperada pelo mercado. Segundo dados do CME Group, 86% dos economistas consultados colocavam como posssibilidade a elevação de 25 p.p. do Fed.
O BC norte-americano mudou o tom em relação ao último comunicado e destacou que “algum” aumento nos juros possa ocorrer.
“O Comitê antecipa que algum endurecimento adicional da política pode ser apropriado para atingir uma postura de política monetária que seja suficientemente restritiva para retornar a inflação para 2% ao longo do tempo”, mostrou o comunicado do Fed.
Na projeções do BC dos EUA sobre os juros, a maioria dos membros acreditam que a taxa encerrará este ano no intervalo entre 5,00% e 5,25%. Isso sinaliza que o Fed pode realizar apenas mais uma elevação nos juros.

O último Índice de Preços ao Consumidor (IPC) apontou que a inflação dos EUA estava em 6,0% nos últimos 12 meses, afastado dos 9,1% registrados em junho de 2022. O PCE, indicador favorito de inflação do Fed, apresentou ficou em 5,4% em janeiro na relação com o mesmo mês do ano anterior.
Para chegar a decisão, o Fed teve uma série de dados e acontecimentos importantes para avaliar.
O mercado de trabalho ainda apertado e a inflação ainda sem demonstrar sinais de que realmente está desacelerando, as apostas chegaram a ser de um aumento de 50 pontos-base para o encontro de hoje. Porém, a quebra do Silicon Valley Bank (SVB) e do Signature Bank promoveram uma potencial crise do setor bancário, que mudaram as estimativas até para uma manutenção dos juros.
O Fed destacou que a resiliencia do sistema bancário: “O sistema bancário dos EUA é sólido e resiliente. Acontecimentos recentes devem resultar em condições de crédito mais restritivas para famílias e empresas e pesar na atividade econômica, nas contratações e na inflação. A extensão desses efeitos é incerta”.
O próximo encontro do Fomc será realizado entre os dias 2 e 3 de maio.