
O Silicon Valley Bank (SVB) entrou em colapso na última sexta-feira (10), após impressionantes 48 horas em que uma corrida bancária e uma crise de capital levaram à segunda maior falência de uma instituição financeira na história dos Estados Unidos.
O resultado da quebra do SVB já levou a outro banco a declarar falência, como foi o caso do Signature Bank no último domingo (12).
Um comunicado conjunto do Federal Deposit Insurance Corporation (FDIC), Departamento do Tesouro, Federal Reserve disse que todos os depositantes do SVB terão acesso ao seu dinheiro a partir de hoje. Isso também inclui os correntistas do Signature.
O Federal Reserve, inclusive, criou um programa emergencial, que disponibilizará um financimento adicional para instituições depositárias elegíveis. O objetivo é ajudar os bancos a garantir a “disponibilização de dinheiro e crédito à economia” e evitar uma nova crise financeira.
O próprio presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, fez uma breve declaração para tranquilizar o mercado e disse que o sistema financeiro norte-americano está em bases sólidas, prometendo responsabilizar os responsáveis pelo colapso dos dois bancos e dizendo que convocaria o Congresso a fortalecer a regulamentação do sistema bancário.
“Os americanos podem ter certeza de que o sistema bancário é seguro. Seus depósitos estarão lá quando você precisar deles”, afirmou Biden.
As reações do mercado levaram as ações de diversas instituições financeiras a caírem forte no pregão desta segunda. O principal deles é o First Republic Bank (Nyse: FRC; BDR: F1RC34), que sofre uma lliquidação de quase 70% nesta manhã.
O que aconteceu com a Silicon Valley Bank?
O problema se iniciou na última quarta-feira, quando o SVB anunciou que havia vendido diversos títulos com prejuízo e que venderia US$ 2,25 bilhões em novas ações para reforçar seu balanço.
O anúncio desencadeou pânico entre as principais empresas de capital de risco, que supostamente aconselharam as empresas a sacar seu dinheiro do banco. Assim, as ações da Silicon Valley Bank despencaram na quinta-feira.
Os clientes retiraram impressionantes US$ 42 bilhões em depósitos até o final da quinta. No fechamento do dia, o SVB tinha um saldo negativo de caixa de US$ 958 milhões, de acordo com o registro, e não conseguiu obter garantias suficientes de outras fontes.
Na manhã de sexta-feira, as ações do SVB foram interrompidas e abandonaram os esforços para levantar capital rapidamente ou encontrar um comprador. Assim, o FDIC assumiu o controle do SVB.