
O banco Itaú registrou lucro recorrente gerencial de R$ 30,786 bilhões, alta de 14,5% no período comparado com 2021. Já o lucro recorrente gerencial, excluindo itens extraordinários, ficou em R$ 7,668 bilhões no quarto trimestre. Este resultado representa uma queda de 5,1% que o registrado no trimestre anterior. Na comparação anual, a queda foi ainda maior, de 7,1%.
O consenso de mercado esperava um lucro líquido acima de R$ 8 bilhões.
Sobre o retorno recorrente gerencial sobre o patrimônio líquido, conhecido como ROE, caiu de 21% no terceiro trimestre para 20,3% no quarto trimestre, ou seja, a queda de rentabilidade se deu pelo aumento de provisão do banco.
Inadimplência e Americanas
O banco Itaú reportou ao caso de Americanas sem citar a varejista diretamente em seu relatório, explicando que a provisão ocorreu de maior parte vindo dos negócios de atacado no Brasil, a respeito de uma empresa de grande porte que entrou em recuperação judicial.
A provisão teve um impacto de R$ 719 milhões de reais no lucro do Itaú no quarto trimestre, considerando que esta provisão com cobertura de 100% de exposição, gera um impacto de R$ 1,3 bilhão no custo de crédito, com a diferença da exposição sendo reconhecida na provisão complementar do banco.
Se tirássemos este efeito de provisão, o resultado recorrente gerencial teria atingido 8,4% bilhões, ou seja, acima das expectativas de mercado, com ROE na ordem de 21% no quarto trimestre.
Sobre o índice de inadimplência acima de 90 dias no Brasil cresceu 3,2% para 3,43% refletindo o cenário de juros altos e inadimplência recorde das famílias brasileiras. O aumento ocorreu principalmente na carteira de pessoa física em financiamento de veículos e cartão de crédito.
Carteira de Crédito
A carteira de crédito do banco cresceu 2,7% no trimestre comparado com o terceiro trimestre de 2022, para R$ 1,141 trilhão. No ano, a carteira teve expansão de 14,2%, ficando abaixo do guidance da companhia previsto para o ano de 2022 que girava entre 19% e 21%.
Já na margem financeira gerencial do banco, ficou em R$ 24,97 bilhões no quarto trimestre, uma alta de 17,8% na base anual, com crescimento de 21,7% na margem financeira com clientes, explicado pelo impacto positivo da Selic e maiores volumes de depósitos na margem de passivos do Banco.
Também se explica pela taxa de juros pré-fixada no capital de giro próprio, compensado por menores spreads na carteira de crédito bancário.
O custo do crédito ficou em R$ 9,805 bilhões, alta de 58,1% em relação ao mesmo período de 2021.
A despesa de provisão para créditos de liquidação duvidosa ficou em R$ 9,907 bilhões no quatro trimestre, o que representa alta de 19,7% em relação ao terceiro trimestre. No ano de 2022, houve um salto de 45,1% em comparação com 2021.
O Itaú também reportou suas expectativas para o ano de 2023, que são:
– Crescimento na carteira de crédito entre 6% e 9%.
– Margem financeira com clientes com meta de crescer entre 13,5% a 16,5%.
– Margem financeira com o mercado com meta de crescer entre R$ 2 a R$ 4 bilhões.
– O custo de crédito tem expectativa de ficar entre R$ 36,5 bilhões a R$ 40,5 bilhões.
– No segmento de seguros e prestação de serviços, o banco espera um crescimento de 7,5% a 10,5%.