
Recentemente, o Citi divulgou um relatório analisando toda a situação da Americanas (AMER3) e como tudo que está acontecendo afeta o setor varejista brasileiro. Para o banco, o maior beneficiado com a recuperação judicial da Americanas e sua possível falência é o Magazine Luiza (MGLU3), uma vez que a companhia pode conquistar um incremento de tráfego online e volume de mercadorias negociadas (GMV) em um cenário hipotético em que todas as operações da Americanas ficam interrompidas por causa do seu processo de recuperação judicial.
De acordo com os analistas João Pedro Soares e Felipe Reboredo, o Magazine Luiza poderia conquistar um aumento no seu volume de 18% neste ano. Em segundo lugar estaria a Via (VIIA3), que poderia conquistar um volume 15% maior e Mercado Livre, com 11%. O Magazine Luiza receberia uma parcela de 14% das vendas online diretas da Americanas e 25% das vendas de marketplace. Já a Via receberia 12% das vendas diretas e 24% das de marketplace. Mercado Livre receberia 11% das vendas de marketplace.
Em suma, o banco afirmou em nota que a dissipação da Americanas impacta suas vendas em loja física e essas são mais difíceis de serem mensuradas devido a sua fragmentação do setor, envolvendo empresas menores e de setores diversos.
Recuperação Judicial da Americanas será a 4ª maior da história no Brasil
Nesta quinta-feira (19), a Americanas entrou com um pedido de recuperação judicial. As dívidas da empresa somam R$ 43 bilhões e envolvem credores financeiros, trabalhistas e fornecedores.
Devido a esses números, a recuperação judicial da companhia entra para história como uma das maiores recuperações já vistas no Brasil. É importante destacar que a recuperação judicial nada mais é do que um pedido que a companhia faz a justiça para conseguir uma trégua para não pagar suas dívidas, ao passo que tenta se recuperar.
Confira o ranking das maiores recuperações judiciais da história do Brasil, de acordo com um levantamento feito pelo O Globo.
- Obebrecht – R$ 80 bilhões – ainda em processo. Iniciada em 2019
- Oi – R$ 65 bilhões – finalizado após seis anos, em dezembro de 2022
- Samarco – R$ R$ 55 bilhões – ainda em processo, desde 2021
- Americanas (ainda aguarda ser aceita) – R$ 43 bilhões
- Sete Brasil – R$ 19 bilhões – ainda em processo de RJ. Iniciado em 2016
- OGX – R$ 12,3 bilhões – iniciado em 2014 e finalizada em 2017