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Início Opinião

Crise no Peru: não ignoremos o efeito Orloff

O Peru vive hoje um drama que se reproduz em toda a América Latina: a polarização política está levando o país a confrontos.

Por Marcelo Suano
17 de janeiro de 2023
Em Opinião
Bandeira do Peru. Foto: ReproduГѓВ§ГѓВЈo, DivulgaГѓВ§ГѓВЈo

Bandeira do Peru. Foto: Reprodução, Divulgação

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Na década de 80, uma marca de vodka lançou uma campanha publicitária genial: um indivíduo sentava em frente ao balcão de um bar e pedia uma bebida à base desse destilado e, quando ia degustar, ele mesmo, vindo do futuro, no caso, vindo da manhã seguinte, sentava ao seu lado e conversava sobre a bobagem de tomar aquele drink com uma vodka errada, tal qual estava sendo servido, e dizia que só conseguiu ficar bem no outro dia pelo fato de ter mudado de ideia naquele momento em que ia tomar a bebida, fazendo o pedido, então, que ela fosse refeita com a vodka certa, no caso, a Orloff, afirmando ainda que estava tão bem no outro dia por causa dessa decisão, razão pela qual, ao se apresentar, não falava seu nome, mas apenas declarava “eu sou você, amanhã”.

O tempo passou e este comercial começou a ser replicado, significando que devemos olhar para os nossos vizinhos, em especial os mais parecidos conosco, ao menos em comportamento governamental, para entender o que acontecerá se não fizermos a escolha certa. Sendo assim, o que ocorrerá aqui no futuro breve pode ser antevisto se olharmos para o lado. Não à toa, de imediato, ainda naqueles idos do final da década dos 80 do século XX, época de congelamentos de preços, sempre que temíamos que uma política econômica pudesse ser a errada dizíamos: olhem para a Argentina, estamos fazendo igual, por isso ela pode ser o nosso reflexo no espelho futuro caso sigamos a mesma experiência, e daí ficou a expressão “ela, somos nós, amanhã”, com o significado de que se deve olhar em volta e ver o que está acontecendo na nossa região para buscarmos as práticas corretas, ao invés de escolher as medidas inadequadas. A América Latina, neste momento, incluindo o Brasil, parece ter decidido por um caminho em que bastará mirar os vizinhos, pois certamente trará o vislumbre do que poderá acontecer a todos, já que, pelo que parece, podemos ter ignorado os avisos que nos são dados. 

O Peru vive hoje um drama que se reproduz em toda a América Latina: a polarização política está levando o país a confrontos, à fragmentação social e, mantidas as condições atuais, possível guerra civil. A situação tem assustado os observadores que acompanham a crise política no seu território e se perguntam o que levou a este estado de coisas. Imediatamente, uma resposta explode diante dos olhos, apontando a corrupção e a ascensão de grupos políticos radicais à esquerda ou à direita como sendo os causadores de situação do gênero. 

Ao longo dos últimos quatro anos o Peru viu uma sucessão de Presidentes da República serem empossados e retirados com certo grau de violência, seis no total, e todos, sem exceção, são ditos como corruptos que geraram um nível de repulsa da sociedade capaz de produzir rebeliões e insurgências, ao ponto de serem expulsos de seus cargos e responsabilizados como destruidores da ordem pública. Assustadoramente, mesmo a atual Chefe de Estado, Dina Boluarte, já está sendo colocada sob voto de desconfiança no Parlamento, apesar de ter assumido o cargo há pouco tempo. 

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No entanto, independentemente das acusações de corrupção e do radicalismo, temos de trazer à tona alguns desconfortos com tais evidências, dentre elas: como é possível que apenas supostos malfeitores cheguem aos cargos máximos da política? E, da mesma forma, como pode que, no processo de substituição realizada por identificação dos crimes e apontamento dos criminosos, apenas personalidades do mesmo calibre sejam os substitutos? Ou, pior ainda, como pode que, com o encerramento de um mandato, na eleição subsequente o cargo seja vencido por alguém da mesma natureza? Essas são perguntas chaves, diríamos, capazes de  identificar o busílis, ou seja, o cerne da questão, ou, como alguns preferem, o problema articulador de todos os problemas que acabam sendo derivados dele. Todos os sistemas políticos dos países da região carecem do mesmo defeito, o de serem construídos com deformidades internas tão grandes, que a máquina é feita para dar errado. Mas, voltemos aos fatos de agora no Peru. 

No caso peruano, desde a queda de Pedro Castillo mais de quarenta pessoas morreram, conforme está sendo divulgado na imprensa, com partidários seus protestando e se rebelando em vários pontos do país e recebendo respostas duras das forças de segurança peruanas. Curiosamente, o mesmo se deu do lado oposto quando Castillo tentou dar o golpe de estado, buscando fechar o Parlamento. Em síntese, pelo senso comum, o país está fragmentado devido aos radicalismos – como se ele surgisse do nada, ou de um defeito moral das pessoas –, levando a embates cada vez mais brutos, sem condições de convergência. Isso tem se prolongado ao ponto de estarem responsabilizando até mesmo as autoridades governamentais que agora estão no poder, dentre elas a atual Presidente da República que assumiu após o afastamento de Castillo e o primeiro-ministro Alberto Otárola. As acusações? Genocídio e homicídio qualificado, devido à violência da repressão contra os “castillistas”. Violência, corrupção e radicalismo, já temos três fatores, ou problemas para serem solucionados! Mas, onde está o busílis? Vamos olhar para outro país e tentar ver se há algo novo.

Na Colômbia, país que vê grupos paramilitares tomando parte de seu território faz décadas, um Presidente de esquerda, Gustavo Petro, venceu as eleições e em seus atos trouxe dúvida e temor para segmentos expressivos do seu povo, pois apontou desejar perdoar criminosos comuns e guerrilheiros, além disso, imediatamente restabeleceu relações com o venezuelano Nicolás Maduro, sendo essas ações incluídas em medidas apresentadas em sua campanha, quando apontava para uma mudança geral na forma de pensar a sociedade, com propostas como: modificação do modelo econômico, priorizando a reforma agrária; a mudança na matriz energética, priorizando as energias renováveis; inclusão social com igualdade de gêneros; mudança nas forças de segurança, segundo ele, para “desmilitarizar a vida social”, sobrepondo o poder civil sobre o militar e retomando a ação de pacificação com as FARC; e reforma tributária, pela qual pretende aumentar a taxação sobre as grandes fortunas, ou seja, rebaixar os ricos para criar a sensação de que os pobres foram elevados. 

Como é possível ver, apresentou sugestões dos sonhos mais belos, mas que, para realizá-los terá de atropelar muitas das demandas de expressivo segmento da sociedade colombiana que deseja liberdade para empreender e menos pressão do Estado sobre si, sobre a economia, já que, para o governo fazer o que quer, terá de aumentar o gasto público impedindo a dinamização e criação de condições para que a sociedade possa produzir a riqueza que ele deseja para realizar suas políticas sociais. Com isso, mostrou algo comum em lideranças que buscam atingir os mais altos cargos usando discursos que apenas reproduzem demandas legítimas de segmentos sociais, mas que devem ser vistas para além das resposta simples e sem mostrar que têm condições de fazê-lo, mesmo porque o que distingue o amador do profissional, o líder do populista, o estadista do demagogo não é falar o que precisa ser feito, pois isso qualquer um pode apresentar, mas dizer como fazer aquilo que precisa ser feito, uma vez que o resultado que os amadores e demais tipos que lhes acompanham trazem é apenas o caos social, tal qual está ocorrendo no Peru, na Argentina, na Colômbia – em que a vice-presidente afirma que ficou sob a mira de um atentado à bomba –, na Bolívia, onde está ocorrendo uma caça as bruxas, no Chile, onde o povo está recusando propostas de reescrever a Constituição com viés socialista e tem se voltado contra o novo governo e suas propostas, na Nicarágua, onde o governo vem perseguindo opositores e os sacerdotes da Igreja Católica, além, claro, da Venezuela, onde se vive uma das maiores crises humanitárias da história do continente, com refugiados se espalhando pelo mundo, em busca de chances para… viver! 

Se observarmos todos os exemplos, e o do Peru em especial, o grande problema começa na crise dos sistemas políticos, pois todos, sem exceção, criam a imagem da democracia sem entender que mais que gritos poéticos de “governo do povo, pelo povo e para o povo” ela se configura no controle que o povo tem de seus governantes. Em nenhum lugar, em qualquer momento da história o povo governou, por isso, a democracia não se configura nesta imagem de sonhos doces, mas, sim, na capacidade que a sociedade tem de impedir quaisquer atos de seus governantes que atentem contra ela, e governo é o Executivo, o Legislativo e o Judiciário, todos os poderes, mesmo nos casos em que há mais de três poderes do Estados, como é a  Venezuela, que tem ainda o Poder Eleitoral e o Poder Cidadão. Ou seja, democrático é o regime político em que o povo sabe que o governo se concretiza no exercício concatenado de todos os poderes do Estado e que ele livre é quando consegue controlá-los. Em outras palavras, democrático é o regime em que os governantes, atuando eles em qualquer desses poderes do Estado, estarão sob controle de sua sociedade, sob o crivo do seu povo. O povo nunca governa, quem governa são os representantes escolhidos por ele, mas, eles podem ser controlados e punidos por quem ali lhes colocou. É nisso que se constitui a democracia, ressaltando-se que o direito de escolha é apenas um dos instrumentos para que os governantes estejam sob autoridade daqueles que lhes escolheram. Diríamos, seus patrões.

Nesse sentido, onde está o problema que perpassa toda a América Latina? Exatamente no fato de que os sistemas políticos aqui existentes não permitem que o povo controle seus governantes. Pior, em cada lugar há especificidades que fazem com que não se renovem, sejam sempre os mesmos, senão do mesmo grupo, ou sejam indivíduos que usam da mesma prática, já que o sistema gerou uma máquina geradora do mesmo tipo de ação política, sem permitir oxigenação. O simples fato de não haver oxigenação na política, ou seja, a capacidade de surgirem novas lideranças e novas práticas, já leva a que os processos políticos nesses lugares sejam auto reprodutivos, essa é a razão pela qual sai um governante e entra outro com o mesmo espírito e comportamento, já que a máquina gera a mesma coisa! A máquina é o problema, bem como o real entendimento do que é a Democracia, e o seu lindo e perfeito figurino, o tal belíssimo traje denominado Estado Democrático de Direito. Mas, falávamos do efeito Orloff, onde ele entra nisso e por que o Peru pode ser o “sou você amanhã” para outros países da região? 

As rupturas que lá ocorrem se dão pelo fato de este país ter optado por não escolher a mistura saudável do dia seguinte, quando se buscava dinamizar a sociedade e estimulá-la ao empreendimento, mas por ter optado pelo rumo do seu esgotamento, com a proposta de manter um Estado voltado para o assistencialismo, impor valores que são antagônicos às tradições da sociedade, e sabendo-se que isso se dá diante um sistema político em processo de esgotamento, pois suas instituições são carregadas de bloqueios para impedir que o povo controle seus governantes. O Peru está caminhando para uma revolta civil e inteligente será aquele que olhe para lá e veja neste país o indivíduo que sentou ao lado, á frente do balcão do bar e esperou que ele mesmo bebesse o drink errado para dizer: “já que você não mudou a mistura errada, mesmo sendo evidente que ela não funciona, eu sou você amanhã. Agora, aguenta a ressaca!”. O problema é que, na peça publicitária, a ressaca seria apenas uma dor de cabeça e mal-estar. No mundo real da política, a ressaca será uma sociedade esgotada, com perda de suas liberdades, com morte e sangue nas ruas e com a destruição de um povo! Talvez, por isso é que, neste momento, sejamos todos nós peruanos! Uns, ontem; alguns, hoje; outros, amanhã! 


Marcelo José Ferraz Suano, Cientista Político e Internacionalista; Professor de Relações Internacionais; Diretor do Centro de Estratégia, Inteligência e Relações Internacionais.

Tags: crise politicadestaquesPerupolarizacao politicapolitica
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