A Justiça concedeu à empresa uma medida de tutela de urgência cautelar, que suspende a possibilidade de bloqueios, sequestros ou penhora de bens.
Com isso, também adiou a obrigação do pagamento de dívidas até um pedido de recuperação judicial.
A Americanas pediu e conseguiu na Justiça a proteção contra credores que queiram antecipar o pagamento de dívidas. O juiz Paulo Assed, da 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, concedeu a tutela cautelar para suspender vencimentos antecipados e efeitos de inadimplência da companhia.
O texto da decisão Judicial, traz que credores, como o BTG, estão pedindo o vencimento antecipado de dívidas no valor de R$ 1,2 bilhão.
O texto da decisão judicial, diz que a medida é “preparatória de processo de recuperação judicial”. A empresa tem 30 dias para decidir se pede ou não a recuperação. O processo corre em segredo de justiça.
Enquanto isso a companhia ganha tempo em meio ao cenário caótico que se encontra e evita que o valor do rombo duplique, caso os credores queiram antecipar os pagamentos das dividas.
O pedido da Americanas se deu porque as inconsistências contábeis da ordem de R$ 20 bilhões comunicadas pela empresa podem levar ao vencimento antecipado de R$ 40 bilhões em dívidas, segundo alegação da varejista ao TJRJ.
Sócios majoritários das Americanas venderam ações meses antes do rombo de R$ 20 bi ser revelado
Ação sugere que sócios sabiam dos problemas financeiros da empresa;
O fato dos sócios majoritários das Americanas terem vendido ações meses antes do Rombo ser revelado, agora levanta a suspeita que eles poderiam ter algum conhecimento sobre as inconsistências contábeis.
Documentos, publicados pelo próprio empreendimento no portal de relacionamento com investidores, informam que os diretores venderam mais de R$ 210 milhões em ações da varejista.
Ainda de acordo com os documentos, as vendas teriam iniciado após o anúncio de Sérgio Rial como novo CEO, no segundo semestre de 2022.
Agentes do Mercado acreditam que a venda de ações por parte da diretoria, sugere que os sócios majoritários tinham noção dos problemas enfrentados pela empresa.
INVESTIGAÇÃO
Autarquia responsável por regular o mercado de capitais do Brasil, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) abriu dois processos contra o empreendimento visando obter explicações sobre as informações contábeis, dos fatos relevantes e dos comunicados emitidos pela varejista.
Crise da Americanas atinge aura do trio Lemann, Telles e Sicupira
Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira conquistaram reputação como alguns dos empresários mais importantes da América Latina, com fortunas somadas perto de US$ 40 bilhões.
O trio por trás da empresa de aquisições 3G investiu na Americanas em 1982 e juntos detêm participação de cerca de 30%.
Os três não comandam mais a empresa desde 2021 com a reestruturação societária, no qual eles passaram de 53,3% de participação a acionistas de referência, com 29,2%. Recentemente, eles aumentarem a participação para 31,13% e continuam como principais acionistas.
O 3G Capital é um dos principais acionistas de conglomerados como A Inbev, Kraft Heinz e Restaurant Brands Internacional ( dona do Burguer King)
Outros acionistas da varejistas são gestores de fundos de investimentos: Capital Group ( 9,91%), TIAA ( 6,05%) e BlackRock ( 5,05%). Os demais 47,86% estão nas mãos de investidores através da b3.
Quem é Jorge Paulo Lemann?
Jorge Paulo Lemann costuma falar que “sonhar grande dá o mesmo trabalho que sonhar pequeno”.
Jorge Paulo Lemann nasceu no Rio de Janeiro, em 26 de agosto de 1939.
Economista e empresário nascido no Rio de Janeiro, filho de pais de origem suíça (o pai nascido lá, a mãe, filha de emigrantes) dos quais herdou a cidadania dupla, e uma das pessoas mais ricas do mundo.
Quem é Marcel Herrmann Telles?
O empresário que começou como um office boy no mercado financeiro e se tornou um dos brasileiros mais ricos.
Carioca, Marcel Telles cursou economia na UFRJ e começou a trabalhar no mercado financeiro conferindo boletos durante as madrugadas. Entrou na corretora Garantia, de Lemann, em 1972, virando sócio em menos de dois anos.
Em 1989, trocou a mesa de operações da corretora pela direção da Brahma, quando o Garantia comprou a cervejaria.
Na empresa, implementou um choque de gestão baseado em metas, corte de custos e meritocracia, em um programa que ficou conhecido no mundo todo como OBZ, o Orçamento Base Zero.
Quem é Carlos Alberto Sicupira?
O bilionário começou vendendo carros e virou sócio da maior cervejaria do mundo
Autor da frase “custo é como unha, tem que cortar sempre”, Carlos Alberto Sicupira nasceu no Rio de Janeiro, em 1948, no Dia Mundial do Trabalho. A data não poderia ser mais premonitória.
Beto, como é conhecido, começou a trabalhar ainda adolescente, em um negócio de carros usados. Em 1973, foi contratado pelo Garantia, onde conheceu Marcel Telles e Jorge Paulo Lemann, com quem formaria uma das mais longevas e prolíficas sociedades do Brasil.