
O Banco Central manteve o tom de cautela sobre os juros, afirmou que a projeção da inflação nos últimos 12 meses segue compatível com as estimativas, mas adicionou a preocupação com a questão fiscal. A ata da Copom (Comitê de Política Monetária), divulgada nesta terça-feira (13), mostrou que o possível impacto nas contas públicas deve ser analisado com “serenidade”.
“A incerteza sobre a dinâmica fiscal futura e suas consequências sobre a dinâmica de inflação foram discutidas, e julgou-se que a conjuntura incerta requer serenidade na avaliação desses riscos“, afirmou a ata, que também comentou sobre a desoneração nos combustíveis.
“O Copom antecipa que, caso se materialize o cenário alternativo de manutenção da desoneração tributária sobre combustíveis em 2023, voltará a enfatizar os horizontes típicos que incluam o primeiro trimestre de 2023″, disse o BC, no parágrafo 17 da ata. “No entanto, o Copom avalia que não haverá impactos relevantes sobre a condução de política monetária, uma vez que os efeitos primários de tais medidas já estão sendo desconsiderados.”
Na última quarta-feira (7), o Copom decidiu manter, pela terceira vez consecutiva, a taxa básica de juros em 13,75% ao ano. A expectativa dos analistas é de que a taxa de juros permaneça nesse nível até meados de 2023.
“O Comitê se manterá vigilante, avaliando se a estratégia de manutenção da taxa básica de juros por período suficientemente prolongado será capaz de assegurar a convergência da inflação”, disse a autarquia no comunicado da semana passada, assim como na ata divulgada hoje. “O Comitê enfatiza que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados e não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso o processo de desinflação não transcorra como esperado.”