
As bolsas internacionais operam mistas nesta quinta-feira (8), já que uma potencial flexibilização das medidas contra o Covid-19 na Ásia animam os investidores, mas preocupações com uma recessão global e altas taxas de juros puxam para o outro lado. Esta noite, a China divulgará os dados da inflação de novembro.
Na agenda econômica, a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, faz dois discursos hoje. Os Estados Unidos terão a divulgação dos pedidos semanais de seguro-desemprego, com projeção de 230 mil no período. No Brasil, por sua vez, o IBGE divulga dados de vendas no varejo, com estimativa de alta de 0,2% em outubro ante setembro.
O Copom decidiu manter a taxa Selic em 13,75% ao ano, enfatizando mais uma vez que “se manterá vigilante” e que “não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso o processo de desinflação não transcorra como esperado”. Porém, a novidade do comunicado, divulgado ontem, foi a preocupação do BC em relação ao arcabouço fiscal.
“A conjuntura, particularmente incerta no âmbito fiscal, requer serenidade na avaliação dos riscos”, mostrou o comunicado do Copom, afirmando ainda que acompanhará “com especial atenção os desenvolvimentos futuros da política fiscal”. O trecho traz uma clara mensagem do receio que a PEC da Transição, com a utilização de recursos fora do teto de gastos, poderá causar na economia e no humor do mercado.
Outro destaque de ontem à noite foi a aprovação da própria PEC, em dois turnos, no Senado. Agora, o texto seguirá para a Câmara dos Deputados, que deve ser votada na próxima semana, e precisará do apoio de três quintos dos legisladores, ou 308 dos 513 deputados da Casa.
Ásia
As bolsas asiáticas fecharam majoritariamente em baixa nesta quinta, seguindo o ritmo de Nova York na véspera, à medida em que pondera preocupações quanto ao aperto monetário e possível recessão da economia global. Na contramão, a bolsa de Hong Kong subiu mais de 3% após veículos da imprensa local afirmarem que o governo da região autônoma chinesa está considerando relaxar suas restrições contra a Covid-19.
Europa
Os mercados europeus operam em queda hoje, com os investidores ainda nervosos com o estado da economia global e a inflação. Espera-se que o Federal Reserve faça um aumento de 50 pontos-base na taxa de juros na próxima semana. Embora esse seja um aumento menor do que os recentes aumentos de juros, o mercado está cada vez mais preocupado se o banco central pode evitar uma recessão no ano que vem em sua tentativa de conter a inflação.
Agenda econômica
- FGV: IPC-S da 1ª quadrissemana de dezembro (8h)
- IBGE: Vendas no varejo restrito em outubro projetam mediana de 0,3%, na margem; no varejo ampliado, de 0,5%, na margem (9h)
- Alemanha: Presidente do BCE, Christine Lagarde, em evento da Sexta Conferência Anual do Conselho Europeu de Risco Sistêmico (ESRB) (9h)
- BC faz dois leilões de linha, com oferta de até US$ 3 bilhões (10h25)
- EUA/Deptº do Trabalho: pedidos de auxílio-desemprego da semana até 3/12 (10h30)
- Alemanha: Presidente do BCE, Christine Lagarde, participa de evento em museu de Frankfurt (15h)
- China/NBS: CPI de novembro (22h30)
*Com informações de BM&C Now e BDM