
O plano estratégico da Petrobras (PETR4) para os próximos cinco anos prevê um investimento de US$ 78 bilhões, que representa uma alta de 15% em relação ao planejamento de 2022-2026. Porém, a intenção do novo governo dee revisar as diretrizes de investimento da companhia deixa o futuro ainda mais incerto.
Essa é a opinião do Credit Suisse, que não acredita na possibilidade dessa revisão ocorrer de forma brusca. “Estimamos que essa mudança de rumo ocorra gradualmente, mas o primeiro passo pode envolver uma revisão significativa do plano de negócios em 2023”, explicou o banco suiço.
“Embora a Petrobras tenha feito uma recuperação corporativa ‘masterclass’ nos últimos anos, estamos menos esperançosos em seu futuro. Estamos particularmente preocupados com a alocação de capital, mas dúvidas sobre a continuidade da política [de paridade] de preços e de dividendos aumentam as incertezas”, enfatizaram os analistas Regis Cardoso e Marcelo Gumiero.
Com os casos envolvendo a Petrobras e o governo eleito, o Credit Suisse vê a percepção de risco pesando mais do que o valuation atrativo que a estatal carrega atualmente. Esses são os motivos que levam à recomendação da American Depositary Recepits (ADRs) – ações da petroleira listadas em Nova York – para neutro, com preço-alvo de US$ 16,00.
O cenário mais otimista para a Petrobras ocorreria em caso de um risco político menor, caso a interferência nos preços dos combustíveis seja reduzido. Neste caso, o Credit Suisse cogita os preços de combustível em paridade de importação, levando a ação para US$ 23,00.
O pior cenário, por sua vez, seria o preço do barril de petróleo chegando a US$ 50 o barril, o que deixa a estimativa do banco suíço em US$ 7 por ação da Petrobras.