
Na reta final das eleições 2022, Jair Bolsonaro (PL), e Luiz Inácio Lula da Silva (PT), seguem disputa com os resultados apertados para ocupar cargo na presidência da República no segundo turno. As propostas econômicas de cada um deles, tem dividido o mercado financeiro.
Para o economista e especialista em investimentos da SaraInvest, Alex André, essa eleição é caracterizada por polarização e cenários distintos.
“Indo para câmbio, a gente tem o cenário que o dólar pode arrefecer caso o Bolsonaro ganhe, e o Lula ainda não divulgou a equipe econômica, então isso trás uma maior imprevisibilidade”, disse em entrevista à BM&C News.
Apesar de existir um “rumor” de que o ex-presidente escolha o Henrique Meirelles para ocupar o ministério da economia, o especialista destacou que essas incertezas econômicas pode fazer com que o dólar suba de preço.
“Caso o Lula apresente um ministro da economia que o mercado goste, isso poderia trazer uma menor imprevisibilidade de curto prazo”, disse.
O especialista também citou a carta aos brasileiros destacada pelo petista, que entre as propostas estão o combate à fome e tirar 100 milhões de pessoas da linha da pobreza. Além disso, o documento diz que o governo, empresários e trabalhadores vão elaborar juntos uma legislação que assegure direitos mínimos trabalhistas e previdenciários, salários dignos, competitividade e investimentos das empresas – com crédito a juros baixos para as micro, pequenas e médias empresas.
“A carta aos brasileiros divulgada da última quinta-feira (27) não traz nenhuma materialidade do que realmente vai ser feito para chegar àquelas circunstâncias que ele propõe. Então, isso também traz um certo tipo de dúvida”, avaliou.
Além disso, Alex também falou sobre uma apreensão do mercado de o Lula estourar o teto de gastos e de um cenário menos favorável para os investimentos de risco.
“Caso o Lula ganhe, se o dólar subir, consequentemente, seria um cenário ruim para a Bolsa. Os investidores estariam vendendo ativos de risco e comprando mais renda fixa e isso poderia prejudicar as ações no curto prazo”, avaliou.
No entanto, caso Bolsonaro seja reeleito, o economista pontuou que o cenário será inverso: dólar para baixo e Bolsa para cima.
“Grande parte dos investidores estrangeiros enxergam o Lula como favorito, avaliando o seu último mandato, que teve um boom de commodities. Muitas pessoas ganharam dinheiro naquela época”, comentou.
Ainda, Alex destacou que o ex-presidente tem uma relação internacional melhor e que isso poderia ajudar as relações do Brasil com o exterior. Dessa forma, o especialista acrescentou que aumentam as chances dos gringos alocarem capital no pais.
Em contrapartida, Alex relembrou as críticas vindas dos outros países em relação à postura de Bolsonaro no trato com as questões ambientais.