
A Mills é a pioneira e líder no segmento de locação de plataformas elevatórias do Brasil, com mais de 70 anos de história, presente em 18 estados e Distrito Federal, com mais de 50 filiais e mais de 1800 colaboradores.
Em seu IPO, realizada no ano de 2010 (captando R$ 685 milhões), o Brasil foi marcado por uma série de grandes investimentos nas três unidades de negócios que atendiam as necessidades de infraestrutura brasileira. Isto seguiu até o final de 2013, caracterizando o ano de 2014 como o ano da investigação “Lava Jato” enfatizando que a Mills nunca esteve envolvida nos escândalos, mas seus clientes (as maiores incorporadoras) estavam envolvidas no esquema, o que trouxe uma deterioração dos resultados, com queda da utilização e preço, causado por uma queda brusca da demanda.
A hora da mudança da Mills: O turnaround
No ano de 2015 a 2018, a Mills passou a se reinventar, reforçando a sua governança corporativa e fazendo um aumento de capital (follow-on) em 2016 para seguir com a sua estratégia de crescimento. Alguns catalizadores foram importantes para o crescimento, como a redução da inadimplência com a aprovação da nova política de crédito e cobrança, além da recuperação dos preços e demanda, com ajuste do mix, priorizando equipamentos elétricos e de menor porte na unidade de Rental.
A companhia também redimensionou a sua unidade de formas e escoramentos, aliado a mudança da sua estratégia comercial de Rental, com mudança da base de clientes, prezando a diversificação com foco nos setores de não construção.
Olhando para novos horizontes: Consolidação
A partir de 2019 a Mills passou a crescer organicamente, marcado pela combinação de negócios entre a Mills & Solaris em 2019, com a Solaris sendo na época o segundo maior player de plataformas do país, com aproximadamente 9% de participação de mercado, contra 19% da participação para a Mills no período.
A Solaris contribuiu para a Mills em diversificação de receitas, adicionando uma nova linha de produtos, capaz de alcançar maior número de clientes e fornecer mais soluções para os clientes já existentes. Com toda a expertise da Solaris em manutenção de frotas e na venda de máquinas usadas, a Mills agregou o conhecimento e introduziu o conceito de “operação enxuta”
O conceito de escalabilidade, capilaridade mostrou a máxima eficiência da Mills em potencializar os seus resultados desde então, com sinergias comerciais e operacionais, além dos mercados endereçáveis de franco crescimento. No âmbito tecnológico, a Mills adotou o conceito Lean e adotou processos aliado a tecnologia de ponta.
Aí veio a pandemia: Voltando mais forte do que nunca
Em 2020, o mundo parou por causa da pandemia do coronavírus e paralisou o processo de crescimento da companhia. A queda de demanda veio pela incerteza da continuidade do projeto dos clientes e gerou uma queda relevante de receitas, mas com preços de aluguel mantendo em nível estável. Desta forma, a companhia continuou gerando caixa e no final do ano de 2020, os preços aumentaram dois dígitos.
Nova Mills: Encantar, crescer, transformar
A nova Mills confere uma grande vantagem competitiva devido à sua abrangência nacional, graças a suas 50 filiais espalhadas pelo Brasil, coroando-se o maior player da América Latina, com a segunda maior empresa do setor, com 10 filais. Nas filiais, a Mills poderá dar uma nova vida para as suas máquinas, colocando peças originais e entregando como se fossem novas, prologando a vida útil em 12 a 15 anos, o que melhora drasticamente o fluxo de caixa da companhia.
Mercado de plataformas aéreas: Segurança em primeiro lugar
O mercado de plataformas aéreas oferecem a solução mais segura e barata para o cliente, considerando com as estimativas da Mills, a solução de plataformas aéreas são 46% mais baratas em relação a outros equipamentos, sendo comprovado como uma alternativa mais segura.
Todos os anos, no Brasil, ocorrem mais de 40 mil acidentes devido ao trabalho em altura, resultando em média 200 mortes por ano. Apenas 1% desses acidentes são relacionados a trabalho de plataforma aérea, confirmando o compromisso com a segurança e qualidade dos equipamentos.
M&A com sinergias comprovadas
No âmbito de crescimento, a companhia deu um grande salto em 2021 e fez três aquisições, aprimorando a sua alocação de capital, com recompra de ações e pagamentos de dividendos, atraindo investidores com a geração atribuída aos seus acionistas.
Para este ano, o mercado está se projetando para outro ano muito positivo para a demanda de plataformas e expansão de suas máquinas, acima de 9 mil equipamentos em sua frota, continuando a se expandir no ano que vem, junto com todo o mercado, observado pelo aumento da demanda de seus clientes e o crescimento de investimentos no setor de infraestrutura no Brasil.
Segue abaixo uma tabela feita pelo banco BTG Pactual a respeito das últimas fusões e aquisições da Mills que devem aumentar o seu mercado endereçável de forma significa:
Linha amarela: Guarde este nome, irá te surpreender
Com a aquisição da Triengel, a companhia apresentou uma grande oportunidade de consolidação no setor de locação de Linha Amarela, com um setor extremamente fragmentado, com o principal player representando menos de 5% do market share, o que abre uma grande vantagem em sua estratégia inorgânica e orgânica neste segmento.
A Mills possui uma vantagem competitiva diferenciada em relação a condição financeira apresentada no atual cenário macro, com maior vantagem de competição (com maiores volumes e presença nacional) além de linha de financiamento mais fácil e mais atrativas quando comparado com players menores, que possuem dificuldades em renovar sua frota pelo financiamento e devido à falta da abrangência nacional.
Segue abaixo, os principais destaques a respeito deste mercado, que possui grande potencial para a Mills nos próximos anos.
Os pontos mais “altos” da tese de Mills
- O Setor de construção pesada de infraestrutura já possui mais de 800 bilhões em investimentos privados já contratados, após a crise da “Lava Jato” que enxugou os investimentos do país. Sendo assim, podemos prever uma demanda maior por equipamentos para os próximos anos.
- Mudança e diversificação: A companhia com a entrada de linha amarela e maior atuação em Rental, abre a oportunidade da companhia crescer de forma mais rentável e com maior potencial de oportunidades (inorgânica e orgânica), dependendo menos de formas e escoramentos (chegou a ser 50% da receita e hoje é de 15%).
- Forte geração de caixa e baixa alavancagem, com dívida líquida negativa (com posição de caixa muito saudável) o que permite um conforto maior no crescimento aliado ao cenário macro desafiador de curto prazo (com taxas de juros mais altas).
- Mercado extremamente fragmentado em suas principais vertentes de crescimento, que mostra a estratégia assertiva em consolidar dentro de seus clientes (share of wallet), além de novos clientes em potencial, especialmente em linha amarela.
- Sinergias bem executadas, o que dá o benefício da dúvida em relação as próximas aquisições da companhia.
Existem os pontos “altos” e “baixos” da tese: Conheça os riscos
- Sabemos que a tese de Mills está diretamente ligada ao PIB (crescimento do país) e uma possível desaceleração econômica poderá afetar diretamente a companhia com menor demanda por máquinas.
- A volatilidade cambial deverá ser vista como ponto de atenção, contando que a companhia importa todos os seus equipamentos, com contratos que não são ajustados pela variação cambial, com isso a Mills repassa esta variação em novos contratos.
- Execução no setor de linha amarela pode ser uma dúvida para alguns analistas, mesmo que a comprovação de eficiência operacional e sinergias já são comprovadas em suas últimas aquisições, mas neste novo segmento, os analistas indagam sobre o conhecimento técnico de manutenção e condições de compra, por exemplo.
- Grande dependência do mercado de construção civil, corresponde hoje cerca de 42% do faturamento da companhia. Caso outra crise no setor imobiliário aconteça, o modelo de negócios da Mills poderá ficar comprometido.
Valuation: Caro ou barato?
Nas premissas dos principais players que possuem cobertura em Mills (buy side e sell side), caracterizados pela Reach Capital e Btg Pactual, respectivamente, temos as seguintes premissas:
- EBITDA: R$ 500 milhões para 2022 e R$ 670 milhões em 2023 (Reach Capital) e Btg Pactual projetando entre R$ 481 milhões para este ano e R$ 685 milhões para 2023.
- Receita: Acima de R$ 1 bilhão, podendo alcançar até R$ 1,4 bilhão em 2023.
- Mills sendo negociada a 5,0x EV/EBITDA e 11,3x P/L para 2023.