
O debate dos presidenciáveis realizado pela TV Globo, na noite desta quinta-feira, 29, foi marcado por duelos de direito de respostas entre o presidente Jair Bolsonaro (PL) e seu principal rival, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ambos os candidatos trocaram acusações sobre episódios de corrupção durante seus governos. Com os ânimos exaltados entre os políticos, o apresentador e mediador William Bonner precisou intervir diversas vezes na dinâmica das perguntas.
Além de Lula e Bolsonaro, também participaram do debate os candidatos Ciro Gomes (PDT), Felipe d’Avila (Novo), Simone Tebet (MDB), Soraya Thronicke (União Brasil) e Padre Kelmon (PTB).
Candidatos abusam do “Direito de Resposta”
Lula, Bolsonaro e padre Kelmon foram os principais responsáveis pelas interrupções do apresentador. Logo no primeiro bloco do debate houve uma sequência de três pedidos de resposta feitos por Bolsonaro e Lula. Em seguida, a equipe de análise do debate negou um quarto pedido feito pelo petista. O clima esquentou entre os candidatos e Bonner precisou intervir e dar a primeira bronca ao vivo nos candidatos à Presidência da República.
“Eu vou pedir aos candidatos que, em respeito ao público, procurem manter um nível de tranquilidade adequado para um ambiente democrático que nós pretendemos que seja esse debate”, pediu o apresentador.
Já no terceiro bloco, uma discussão entre Lula e padre Kelmon gerou mais uma bronca por parte de Bonner aos candidatos. Padre Kelmon escolheu o petista para fazer uma pergunta sobre corrupção. O candidato do PTB quis saber porque Lula é próximo de “gente que foi presa” e afirmou que ele era chefe de esquema de corrupção.
Outros embates no debate
O encontro também teve embates e falas marcantes entre outros candidatos. Ciro Gomes (PDT) gaguejou logo em sua primeira pergunta a Lula sobre o tema da desigualdade social. O petista o rebateu ao citar algumas de suas ações aos mais pobres e dizer que o candidato do PDT parecia “estar nervoso”.
Já padre Kelmon (PTB) mais uma vez fez dobradinha com Bolsonaro, assim como no debate do SBT, e usou parte de seu tempo para elogiar o presidente e atacar a esquerda.
Em uma das perguntas de Bolsonaro a Simone Tebet (MDB), o presidente resolveu usar o tempo para cutucar Lula ao abordar o caso de Celso Daniel – ex-prefeito petista de Santo André (SP) assassinado em 2002, sob suspeitas de envolvimento da burocracia do partido. Tebet criticou a pergunta e sugeriu que o presidente falasse sobre a fome, além de afirmar que Bolsonaro não tinha coragem de abordar o tema diretamente com Lula.
Apesar de provocar o adversário em diversas ocasiões, Bolsonaro preferiu não confrontar diretamente Lula em nenhuma das perguntas.
Soraya aposta em frases de efeito
Soraya apostou em frases de efeito durante suas perguntas direcionadas ao padre Kelmon. A candidata o chamou “cabo eleitoral do presidente” e também questionou se ele não se “envergonhava de defender um governo que atrasou a chegada das vacinas” ao País.
Além disso, ela também perguntou se o padre não “teria medo de ir para o inferno por suas mentiras”. Depois, chegou a chamá-lo de “padre de festa junina”.
Ainda durante o debate, ela reforçou que o maior cabo eleitoral de Lula é Jair Bolsonaro e cobrou respeito do presidente ao ser chamada por ele de candidata laranja.