
Por dentro da história: Muito além do varejo
A Infracommerce (IFCM3) foi fundada em 2012 por Kai Schoppen e Luiz Pavão, com a ideia de desenvolver o e-commerce online, sendo uma plataforma de soluções digitais integradas White-label para o e-commerce, oferendo soluções além da omnicanilidade, mas resolvendo todo o ecossistema do cliente, indo a entrega e até atendimento. Hoje a Infracommerce está presente em cinco países da América Latina, com Argentina, Brasil, Colômbia, Chile e México, mas considerando que 80% do faturamento está focado no Brasil. Hoje a companhia possui 597 (recorde) clientes no ecossistema, versus 268 no segundo trimestre de 2021, processando mais de 27,5 milhões de produtos no trimestre.
“Always deliver more than expected”
Após o IPO em 2021, a companhia foca em seu crescimento, apoiando marcas e indústrias em sua jornada de digitalização, oferecendo soluções de White Label para alcançar a experiência do cliente no ambiente online no estado da arte. Atendendo as empresas, a oportunidade do B2B se torna evidente, com um mercado fragmentado e de vasto crescimento. Até 2025 de acordo com a matéria do Valor Econômico, 80% das vendas B2B ocorrerão no meio digital – é o que prevê o Whitepaper “The Ultimate B2B E-commerce Guide: Tradition is out. Digital is in” da DHL Express, divulgado em 2021. Ou seja, a companhia está entregando os seus resultados robustos (crescimento de 100% de GMV, take rate e receita).
Alinhamento de interesses: O modelo da Infracommerce
O modelo de receita da Infracommerce se baseia nas taxas de take rate cobradas no GMV transacionado na plataforma da companhia. Sendo assim, a empresa e os clientes possuem interesses alinhados, com a empresa crescendo e faturando mais dentro do ecossistema da Infracommerce. As taxas de take rate variam de acordo com o serviço oferecido, desde serviços logísticos, plataforma omnichanel e serviços de fintech. O mais interessante disto tudo é que o cliente pode escolher qual solução faz sentido para seu objetivo e contratar de forma modular, podendo ser usadas de forma separada, abrindo as portas para uma venda adicional (cross-sell) de uma solução integrada.
Digitalizando as oportunidades
A Infracommerce possui um modelo de crescimento por meio de aquisições (M&A) que permitiu acelerar o seu crescimento, entrando em novos mercados na América Latina e ampliando os serviços ofertados para seus clientes. Na cadeia logística, a companhia planeja aumentar a sua presença geográfica além do Sudeste e América Latina. A estratégia da dark store tem como foco diminuir o tempo de entrega e melhorar a qualidade do serviço prestado.
A fidelização dos clientes é medida pela métrica LTV/CAC, considerando que sua estratégia de Costumer Experience é totalmente escalável, com aumento da base de clientes e rentabilidade crescimento, graças ao maior tempo de permanência do cliente, com baixo churn (saída de clientes), diminuindo o custo de captação do cliente, devido a solução única e com barreiras de entradas significativas neste negócio.
O mercado de atuação da Infracommerce é de baixa penetração, mas com grande potencial de crescimento, tanto no modelo B2B ou B2C, com aumento das transações online no Brasil e quando comparamos com EUA ou China, entendemos que ainda tem muito trabalho a ser feito, capturando a penetração das vendas digitais à medida que o mercado brasileiro irá se amadurecer.
Não podemos esquecer das soluções de Fintech que integram o ecossistema da Infracommerce com grande performance da Infra.pay com aumento de 353% no TPV no segundo trimestre deste ano, que totalizou R$828,7 milhões, impulsionado pelo crescimento expressivo na penetração de soluções financeiras no B2B, incluindo trade finance e gestão de pagamentos tanto no B2B quanto B2C.
Entendendo os riscos
O mercado se questiona a respeito da execução do seu plano de crescimento, tanto por sinergias ou até mesmo em dificuldades em encontrar empresas que possam ser compatíveis em sua estratégia de M&A. A escalabilidade da sofisticação da plataforma da Infracommerce é um desafio, visto por alguns analistas devido ao complexo processo de desenvolvimento de software da companhia. A competição com outras empresas do setor também é colocada no radar dos investidores.
Outra preocupação é a perda de talentos, se tratando do aquecido mercado de tecnologia, com demanda de mão de obra qualificada, o que torna um desafio preservar os melhores profissionais no time da Infracommerce. Para isso, a empresa visa o alinhamento da cultura e incentivos a longo prazo para cargos estratégicos.
Destaques do 2T22:
GMV de R$3,1 bilhões no 2T22, um crescimento de 100% em relação ao 2T21.
Receita líquida aumentou para R$220,4 milhões, comparado com R$79,2 milhões no 2T21, crescimento de 178% no período. O crescimento orgânico da Receita foi de 46% no período, enquanto o mercado de e-commerce decresceu 3,3%.
No Brasil, as soluções para B2C registraram um aumento na receita de 249%, e as soluções para B2B apresentaram crescimento de 59% na receita, ambos comparado ao mesmo período do ano anterior.
Na América Latina (ex-Brasil), o crescimento foi de 132% em receita comparando o 2T22 com o 2T21, representando 22% da Receita total da Companhia no trimestre.
Take rate aumenta em 2,0 pontos percentuais no período, saindo de 5,1% no 2T21 para 7,1% no 2T22.
Forte performance da Infra.pay com aumento de 353% no TPV, que totalizou R$828,7 milhões no 2T22, impulsionado pelo crescimento expressivo na penetração de soluções financeiras no B2B, incluindo trade finance e gestão de pagamentos tanto no B2B quanto B2C.
Lucro Bruto de R$91,5 milhões no 2T22, com margem bruta de 41,5%, uma redução de 4,5 pontos percentuais em relação ao 2T21 em função do mix de B2C e B2B, com maior participação do primeiro, após consolidação dos M&As.
EBITDA Ajustado de R$18,8 milhões no 2T22, com margem EBITDA Ajustada de 8,5%, comparado a uma margem EBITDA Ajustada de 2,6% no mesmo período do ano anterior.
Recorde de 597 clientes no ecossistema, versus 268 no 2T21 e 572 no 1T22.
Valuation
De acordo com as estimativas do consenso de mercado, dos analistas consultados pela Bloomberg, as estimativas para o 3T22 são:
Receita: R$ 235 milhões
EBITDA: R$ 21,2 milhões
Prejuízo: R$ 22,2 milhões
Com múltiplos atuais:
EV/RECEITA: 1,7x (2023)
EV/EBITDA: 13,92x (2023)
O preço alvo médio dos analistas (12M) é de R$ 9,82 para as ações da IFCM3, com 6 analistas recomendando compra, 1 analista recomendando neutro e 1 analista recomendando venda.