As autoridades do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) decidiram aumentar, nesta quarta-feira (27), a taxa básica de juros dos Estados Unidos em 0,75 ponto percentual, para um intervalo entre 2,25% e 2,5%.
Além disso, em coletiva de imprensa, Jerome Powell, presidente do Fed, sinalizou a possibilidade de desacelerar o ritmo de alta dos juros.
Após o discurso, as bolsas ampliaram os ganhos. O Ibovespa fechou em alta de 1,67%, aos 101.437,96 pontos. Nos EUA, S&P 500 subiu 2,61%, Dow Jones avançou 1,37% e o Nasdaq valorizou 4,06%.
Para Marcelo Oliveira, CFA e fundador da Quantzed, os dados vieram conforme o esperado pelo mercado. Além disso, ele destacou que o Fed divulgou uma ata com discurso duro destacando a preocupação com a inflação. “Então, o Fed continuará atento aos dados de inflação e, possivelmente, teremos próximas altas”, pontuou.
“Na minha visão, esse aumento já estava precificado e não surpreende o mercado. A decisão deixou o S&P animado. O dólar cai frente aos pares com as apostas de que a taxa final não será mais 3.5/4.0 e, sim, algo entre 3.0/3.5”, acrescentou Oliveira.
O analista ressaltou que o Fed deve aumentar em 0,50 ponto percentual os juros na próxima reunião.
Ainda nesta quarta, Powell afirmou que o Banco Central americano só irá interromper as altas de juros quando tiver evidências firmes do início de um arrefecimento da inflação. Segundo o presidente do Fed, o ritmo de altas vai depender de dados futuros e que não será necessário manter o ritmo de 0,75 p.p, podendo ter aumentos menores nas próximas reuniões.
“A novidade que fez o mercado se animar e o dólar cair é que ele assumiu que está vendo evidências de que a faixa entre 2.00/2.50 é a faixa neutra de juros. O mercado tinha os juros neutros na faixa de 3.0%. E agora para o Fed, o nível de 3.0/3.5% é moderadamente restritivo e o Fed pretende levar a taxa até dezembro de 2022”, finalizou Marcelo Oliveira.
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