O presidente-executivo da Volkswagen, Herbert Diess, vai deixar o posto a partir de 1° de setembro, anunciou a montadora nesta sexta-feira, depois de um mandato de quatro anos em que levou o grupo a acelerar o processo de eletrificação em meio a confrontos com o conselho de administração e sindicatos.
Diess será sucedido por Oliver Blume, presidente-executivo da Porsche, que continuará no cargo da marca de carros de luxo enquanto exercerá suas novas responsabilidades.
Blume trabalhou no grupo VW por toda a sua carreira, ingressando na companhia em 1994 em um programa de trainee internacional na Audi. Ele é membro do conselho de administração da Porsche desde 2015. “Meu foco será no cliente, marcas e produtos”, disse o executivo em comunicado.
O futuro de Diess na Volkswagen esteve em dúvidas em múltiplas ocasiões durante seu mandato como presidente-executivo. O confronto mais recente foi com o poderoso sindicato alemão da companhia envolvendo os planos para eletrificação e o estilo de gestão do executivo.
Diess vai deixar o posto três anos antes do prazo previsto em seu contrato, 2025. A saída do executivo acontece em um momento em que a Volkswagen está tentando superar a norte-americana Tesla como a maior montadora de veículos elétricos do mundo.
Natural da região alemã da Bavaria, Diess saiu da BMW para ingressar na Volkswagen em julho de 2015, meses antes do estouro do escândalo em que a Volkswagen foi pega burlando testes de emissões de poluentes nos Estados Unidos.
Diess promoveu um programa de cortes de custos no grupo e trouxe novos veículos para o mercado mais rapidamente. Ele também acelerou a estratégia de eletrificação da companhia para tentar superar Elon Musk, a quem ele com frequência se referiu como um presidente-executivo eficiente.
Michelle Krebs, analista da Cox Automotive, afirmou que as turbulências ao redor de Diess podem ter se tornado uma distração na VW. “Isso não deveria ser uma surpresa porque sua passagem pela Volkswagen foi turbulenta e controversa”, disse a analista.
Bernd Pischetsrieder, presidente-executivo da Volkswagen entre 2002 e 2006, e Wolfgang Bernhard, chefe da marca VW entre 2005 e 2007 foram forçados a deixar seus cargos depois de repetidos confrontos com o sindicato alemão da VW.
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