Durante entrevista à BM&C News, Mario Goulart, analista da O2 Research, comentou sobre as ações da Petrobras (PETR3;PETR4). Após desistência de Adriano Pires em assumir o comando, a companhia está sem um novo sucessor definido.
“A medida que você quer controlar o preço da gasolina na bomba para o consumidor final com base em uma política definida pelo Presidente da República, você está causando um problema para o seu acionista comum”, avaliou o especialista.
Goulart destacou que o presidente Jair Bolsonaro (PL) queria era um controle mais rigoroso do preço dos combustíveis na bomba, no entanto, isso não é palpável. “Você tem na Petrobras um acionista majoritário, que é o governo, e de outro lado os acionistas, que são bancos, fundos de pensão, fundos de investimentos e o cidadão comum que comprou as ações”, disse e acrescentou que a segunda classe mencionada visa o recebimento de dividendos da empresa e gera conflito de interesses.
Diante disso, o analista disse que o governo estaria pressionando o presidente da Petrobras para comprar um petróleo mais caro e vender mais barato.
“Essa é uma das questões que torna a Petrobras uma ação um pouco complicada, embora seja uma ótima empresa”, disse.
Ainda de acordo com a análise do analista, desde a década de 50, com a campanha O Petróleo é Nosso, a Petrobras é usada como fins políticos.
Com isso, o aumento do combustível na bomba, principalmente do diesel, diz respeito a uma categoria muito envolvida com o Presidente do República. “Você vê isso desde o início desse governo. Em abril de 2019, já teve a primeira tentativa de intervenção no preço do diesel, o que causou uma queda de 8 ou 8% no preço da ação”, destacou.
Entrando mais na análise das ações da companhia, Goulart avaliou que “apesar de ter subido, hoje as ações estão paradas por questões políticas. Ela sofre com essa definição e com as motivações de seu acionista majoritário, que é o governo”.
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