Diretamente de Brasília, o analisa político Erich Decat traz os principais acontecimentos do Congresso Nacional no âmbito político e econômico. Neste domingo (20), o especialista entrevista André Perfeito, economista-chefe da Necton.
No cenário internacional, um dos temas abordados foi o Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos. Segundo a ata da reunião de janeiro do Comitê Federal do Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) dos EUA, divulgada na última quarta-feira (16) pelo Fed.
O Comitê manteve a meta para a taxa dos fundos federais em 0 a 0,25% em apoio aos objetivos de emprego e inflação máximos na taxa de 2% no longo prazo.
Segundo o economista André Perfeito, desde o início deste ano é possível ver uma grande discussão a respeito da dinâmica da taxa de juros. Nessa semana, o BC dos EUA, inclusive, disse estar pronto para a elevação.
“O processo tende a ser não tão forte como alguns acham que precisa ser. Eles estão tomando muito cuidado e utilizando os instrumentos de comunicação da maneira correta”, explica o especialista.
“Se uma taxa de juros sobe, quer dizer que o preço do ativo caiu. O problema está que, se ele eleva o juro muito rapidamente, quer dizer que o preço dos titulos caiu. O Fed está avisando desde o ano passado que vai subir a taxa de juros, porque tem que dar tempo para o mercado se organizar nas posições”, complementa André.
O economista pontua que, se o banco central norte-americano subisse as taxas rapidamente, isso poderia implodir o balanço dos bancos do dia para a noite.
TAXA DE JUROS NO BRASIL
De acordo com o especialista, economistas imaginam a Selic a 12%. No entanto, apesar de concordar, André considera um exagero subir desse jeito a taxa de juros no Brasil.
“O Banco Central está à frente da curva dos outros bancos centrais. E hoje você tem nitidamente um patamar à frente de outros BCs da américa latina”, ressalta.
COMBUSTÍVEIS
Outro tema que avançou bastante nos últimos dias é o combustível. O analista político Erich Decat explica que a proposta tende a atingir os impostos federais: “Quanto mais se amplia a possibilidade de desoneração, maior é o impacto aí fiscal e é aí que a turma do mercado financeiro está bastante atenta”.
Na última semana foi apresentado o relatório preliminar de uma proposta que trata do ICM-S, tratando especificamente do tema dos combustíveis mais voltado para os estados.
“Quando foi apresentado o texto, já houve também alguns ruídos com os governadores que fizeram o seguinte cálculo: se a gente for também desonerar os combustíveis por meio do ICM-S reduzindo o percentual sobre os combustíveis, há uma previsão de perda de receita de R$ 32 bilhões para este ano. Todo mundo sabe que grande parte dos governadores também vai tentar aí a reeleição e ninguém quer perder um centavo”, explica Decat.
Os especialistas ainda falaram sobre o dólar e deram um panorama para as eleições deste ano. Quer saber mais? Acompanhe a entrevista exclusiva de Erich Decat com o economista-chefe da Necton, André Perfeito, no vídeo abaixo: