O ano começou otimista para a Brasil Brokers (BBRK3). A companhia informou, por meio de fato relevante na quinta-feira (27), que aprovou aumento de capital de até R$ 100 milhões. A operação será ancorada pela Cerberus Capital Management, a maior acionista individual da holding, com uma fatia de 39,2%. As ações da empresa seguiram o ânimo e fecharam em alta de 8,69% a R$1,25 nesta sexta-feira (28).
Para Daniel Guerbatin, CEO da companhia, a movimentação reflete o atual momento que a empresa vive: o de transformação não só de tecnologia, mas também cultural.”Junto com a Cerberus traçamos um planejamento estratégico no início do ano passado. A ideia é fazer a empresa ser mais digital. É fazer a receita por colaborador e por corretor sejam maiores – e com as ferramentas adequadas. O objetivo é sempre a experiência do cliente”, disse à BM&C News.
Segundo o executivo, o mercado imobiliário está atrasado na transformação tecnológica, diferentemente do varejo e indústrias, que já digitalizaram processos e alavancaram o negócio com suporte de inovação. “Não é uma escolha [investir em tecnologia], e sim, uma obrigação. Ou você é digital, ou [você] não existe”, pondera.
Todas as mudanças projetadas para este ano, de acordo com Guerbatin, foram analisadas em 2021, um período utilizado para a reorganização de planos. “Foi um período de especificação técnica, de identificar projetos que dariam melhores resultados ou com mais rapidez. Nos concentramos mais em planejamento”. Ele acredita ainda que 2022 será um ano de oportunidades, uma vez que as ações planejadas são pensadas a médio e longo prazo, não sendo impactados assim, por eventos pontuais, como as eleições.
O relacionamento entre a Brasil Brokers e a Cerberus não é recente. A gestora comprou debêntures conversíveis ainda em 2019. Atualmente, o fundo possui três cadeiras, das cinco disponíveis no Conselho de acionistas da companhia. Ela vai ancorar a operação, comprando pelo menos R$ 39 milhões em papéis, mas este valor pode chegar a casa de R$ 50 milhões.
“Dependendo da quantidade de subscrição de ações pelos demais titulares do direito de preferência, existe a possibilidade de a acionista Cerberus se tornar titular de ações representativas de mais de 50% do total de ações de emissão da companhia”, completou em comunicado.
O aumento, segundo a Brasil Brokers, é “fortalecer a estrutura de capital e a melhora da sua liquidez para atender a execução do seu plano de negócios e sua estratégia de transformação digital. Os recursos obtidos permitirão à companhia melhorar sua posição de caixa, dando continuidade em seus investimentos em tecnologia”.
Planos da Brasil Brokers
Ao “recalcular a rota”, a empresa mira em entrar no grupo de empresas do ramo imobiliário mais jovens, ao lado de Quinto Andar, Loft e tantas outras. Atualmente fazem parte da holding empresas como Credimorar, Desenrola, Abyara e Bamberg. Mas Daniel acredita que o desenvolvimento tecnológico nacional da categoria ainda está longe do ideal. “O Brasil está no caminho, mas ainda falta muito chão.”
Para 2022, a companhia pretende colocar em prática seus próximos passos. Há uma árvore de investimentos na ordem de R$ 70 milhões apenas em tecnologia.
A empresa conta ainda com planos para que os avanços tecnológicos beneficiem as imobiliárias e associados menores, uma vez que, este processo envolve recursos e experiência. “Estamos falando de um segmento que envolve um bem de alto valor. Por mais que a tecnologia auxilie, você precisa da confiança de quem está te vendendo. Acredito que eles precisam se atualizar, mas eles vão continuar a transação imobiliária e burocrática. Por isso esta parceria que conseguimos montar funciona muito bem”, finaliza Guerbatin.
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