O primeiro Boletim Focus do ano, divulgado na última segunda-feira (03) pelo Banco Central, projetou a estimativa para o dólar em 2022, na casa dos R$ 5,60. Para este ano, especialistas acreditam que o aumento da taxa básica de juros, a Selic, pode dar alguma ajuda ao real. Porém, alguns fatores ainda podem impactar no preço do dólar, como as eleições, e também a mudança da política monetária dos Estados Unidos, onde o Federal Reserve vai retirar dinheiro de circulação e começar a subir juros. Todos esses fatores podem reduzir a entrada de dólares no Brasil e estimular a busca por proteção na moeda norte-americana.
Para avaliar o cenário de câmbio, conversamos com o estrategista de investimentos, Marco Saravalle. Ele acredita que o dólar não deve subir mais, pelo menos neste primeiro semestre.
“O consenso que existe é que acho que não existe muito espaço para ir além do que está sendo negociado agora, na casa dos R$ 5,70, para o dólar futuro. Acho que talvez a gente pode até ali mais próximo das eleições, meados do meio do ano, um pouco antes das eleições, caminhar para algo pior, até porque o Banco Central americano vai estar subindo os juros, talvez suba já no mês de março, mas a expectativa é que suba pelo menos três vezes nesse ano de 2022. Isso vai trazer uma pressão para a valorização do dólar, essa que é a leitura”, afirma Saravalle.
O cenário pode piorar com a volatilidade que as eleições geralmente proporcionam ao mercado.
“Talvez a gente possa caminhar mais próximo de R$6,00, ali perto das eleições, no meio do ano, um pouquinho antes, agosto ou setembro, e talvez ir acomodando ao longo do final do ano. A expectativa é que a gente fique aí perto dos R$5,60 ou R$5,70 no fechamento do ano. Mas a tendência, talvez, daqui até o final do ano, é que o dólar em relação ao real possa se valorizar antes da nossa taxa cair”, finaliza Saravalle.