A Stellantis tem planos de crescimento de vendas dos veículos de Peugeot e Citroën no Brasil, mercado em que as marcas há anos enfrentam dificuldades para expandir sua participação, depois que o grupo formado ano passado encerrou 2021 na liderança de vendas da América do Sul.
A Stellantis foi formada pela união da FCA com a PSA e o grupo resultante herdou o complexo fabril de Porto Real (RJ), que fabrica modelos Peugeot e Citroën além de motores. A fábrica tem capacidade para 150 mil veículos por ano, mas as duas marcas encerraram 2021 com vendas somadas de 52,9 mil veículos, segundo dados da associação de concessionários Fenabrave.
“A fábrica em Porto Real (RJ) está subutilizada, mas vamos colocar um dos principais lançamentos da Stellantis, o Citroën C3, e acreditamos que ele poderá rapidamente saturar a fábrica”, disse o presidente da Stellantis para América do Sul, Antonio Filosa, nesta sexta-feira, a jornalistas. O executivo não deu detalhes sobre investimentos diante da proximidade de divulgação de resultados do grupo.
Em 2021, enquanto a Fiat, uma das principais marcas da Stellantis, conseguiu elevar sua participação no Brasil para quase 22% na liderança do mercado brasileiro, as fatias de Peugeot e Citroën no país ficaram ao redor de 1,5% cada.
“A fábrica de Porto Real terá um crescimento muito mais que expressivo…Nos demos bem até agora com os lançamentos de Betim (MG – Fiat) e Goiana (PE – Jeep) e se a gente repetir a mesma receita para os lançamentos da Citroën em Porto Real também, acredito que teremos boas notícias”, disse Filosa ao ser questionado sobre o futuro do complexo fabril no Rio de Janeiro.
Em dezembro, Filosa tinha estimado que o mercado brasileiro de veículos leves “não tinha motivos” para não ter vendas de pelo menos 2,4 milhões a 2,45 milhões de unidades. Mas nesta sexta-feira, o executivo comentou que diante dos impactos da variante Ômicron da Covid-19 é preciso reavaliar os números.
Mais cedo, a associação de montadoras, Anfavea, estimou que as vendas de veículo leves no país crescerão 8,4% este ano, para 2,14 milhões de unidades.
“Esperamos que esta nova onda seja rápida, mas os números começam a preocupar”, afirmou o executivo.
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