Após um ano considerado difícil para as ações da Oi (OIBR3; OIBR4), é comum que investidores comecem a se questionar como será 2022 para os papéis da companhia. No entanto, antes de traçar uma avaliação para os próximos meses, é preciso entender como foi 2021.
Segundo Marco Saravalle, estrategista-chefe da Sarainvest, o ano foi de alta volatilidade: “A ação OIBR3 iniciou próximo as máximas, cotada aos R$2,50, e foi para os atuais R$0,81 (atualizado em 17/12) em linha reta”.
Para o especialista, este movimento pode ter sido resultado da maior aversão ao risco por parte do investidor local, que resolveu sair de companhias mais arriscadas.
“Ademais, a alta valorização do dólar prejudica o resultado financeiro da Oi, pois grande parte do endividamento é dolarizado e não possui hedge”, explica.
Saravalle complementa que, em meados de 2021, na divulgação do planejamento estratégico até 2025, o mercado foi ficando decepcionado com os números divulgados: “Os dados relacionados ao futuro crescimento vieram abaixo do esperado, além da manutenção do alto endividamento”.
No entanto, contracenando o pessimismo do mercado, a companhia divulgou a venda efetiva da InfraCo, já aprovada pelo CADE e da Oi Móvel, ainda em processo de aprovação.
Segundo o estrategista, as alienações fazem parte do plano estratégico da companhia para a finalização da recuperação judicial onde se encontra: “O mercado estava extremamente cético com tais aprovações, pressionando o papel”. Porém, mesmo com a aprovação, a companhia continuou vendo as ações caindo.
“Além desse ponto, o resultado do 3T21 apresentou algumas surpresas positivas, como o crescimento de fibra óptica superando a queda do legado, sinalizado altas taxas de crescimento desta linha de negócio”.
O QUE ESPERAR E AVALIAR EM 2022
Para a Sarainvest, é esperado que a companhia anuncie a aprovação da venda da Oi Móvel pelo CADE no primeiro semestre. Já a saída da recuperação judicial pode ocorrer até o final de junho.
“Trata-se de um movimento que pode trazer altos retornos para a companhia no curto prazo, em termos de valorização do papel. Além disso, sair de recuperação judicial garante a companhia melhor poder de barganha em relação ao custo da dívida, aumentando a rentabilidade da companhia”, explica Marco Saravalle.
Pensando nestes pontos, o estrategista-chefe lista os pontos importantes para os investidores da Oi acompanharem em 2022:
i) avaliação do CADE para com a negociação da Oi Móvel;
ii) Finalização da recuperação judicial;
iii) variação da dívida dolarizada;
iv) redução/crescimento da queima de caixa;
iiv) evolução do segmento de fibra óptica.
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