A SaraInvest divulgou um relatório com recomendação de compra das ações da Vale (VALE3). A casa de análise estabeleceu um preço-alvo de R$ 104,20 para os papéis da mineradora, o que indica uma valorização de 33,5% em relação ao fechamento da última segunda-feira (20).
A SaraInvest destacou o bom resultado obtido pela Vale em 2020. No ano passado, a companhia foi a maior produtora de minério de ferro do mundo, com uma produção de mais de 300 milhões de toneladas.
Os analistas avaliaram não somente os indicadores da companhia, mas também o desempenho das matérias-primas, especialmente do minério de ferro. De acordo com a casa de análise, a avaliação de mercado da Vale está diretamente conectada ao preço praticado da commodity.
Entretanto, mesmo ao analisar as perspectivas pessimistas para o minério de ferro, a empresa ressaltou que os papéis da Vale ainda estão em patamares justos, o que garante margem de segurança na compra. A SaraInvest acredita que a commodity pode chegar a ser negociada a US$ 50 entre 2022 e 2025, considerando o pior cenário, com retomada gradual aos US$ 70.
Além disso, a recuperação do preço das commodities a partir de 2017 foi apontada como um fator positivo. Isso porque a elevação dos preços fez com que o Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da Vale crescesse e o endividamento da mineradora caísse para patamares saudáveis.
“Hoje, afirmamos que a Vale não possui risco de liquidez, já que o EBITDA gerado em 1 ano é capaz de pagar 11x a dívida líquida existente”, avalia a SaraInvest.
Dividendos da Vale
A casa de análise comentou ainda sobre a forte distribuição de dividendos feita pela companhia nos últimos meses. Somente neste ano, a Vale já pagou R$ 9,58 por ação, montante equivalente a R$ 47,61 milhões. Ao longo de 2020, o valor total foi de R$ 37,84 milhões.
De acordo com os analistas, a companhia continuará com uma forte distribuição de dividendos até atingir a dívida líquida expandida mínima de US$ 15 bilhões. Depois deste momento, que a SaraInvest espera que ocorra já em 2022, é possível esperar que os proventos sejam reduzidos.
“Entendemos que a distribuição observada nos períodos anteriores foram agressivas, sendo assim, não serão replicadas no médio prazo”, diz o relatório.