A BioNTech deve ser capaz de adaptar sua vacina contra coronavírus de forma relativamente rápida em reação ao surgimento da Ômicron e as próximas semanas mostrarão qual é a urgência de uma atualização, disse seu presidente-executivo, Ugur Sahin, na conferência Reuters Next nesta sexta-feira.
Sahin disse que as pessoas deveriam continuar recebendo a vacina já estabelecida desenvolvida com a Pfizer, já que é muito provável que ela continue a proteger contra doenças graves.
“Acredito em princípio que em um certo momento precisaremos de um nova vacina contra esta nova variante. A questão é o quão urgentemente ela precisa estar disponível”, disse Sahin.
Ele reiterou que um relançamento do produto poderia ser realizado em cerca de 100 dias e disse que uma reformulação já está sendo feita, mas qualquer confirmação da proteção da vacina existente contra doenças graves pode dar aos desenvolvedores mais tempo para uma abordagem calculada.
Se terceiras doses de reforço ainda evitam doenças com uma taxa de 85%-90%, “teríamos mais tempo para adaptar uma vacina”, disse ele.
A alemã BioNTech e a Pfizer produziram juntas uma das primeiras vacinas contra Covid-19 e mais de dois bilhões de doses já foram dadas para proteger pessoas de todo o mundo.
Há temores de que as vacinas possam não funcionar tão bem contra a Ômicron, que surgiu no mês passado.
Sahin reafirmou a opinião, que expressou em uma entrevista à Reuters na terça-feira, de que a nova variante pode infectar pessoas vacinadas, mas que provavelmente não exigirá cuidados hospitalares.
“Acreditamos que esta nova variante se tornará uma variante de fuga de anticorpos. Isto significa que esta variante pode ser capaz de infectar vacinados.”
“Prevemos que pessoas infectadas que estão vacinadas ainda estarão protegidas contra doenças graves”, acrescentou Sahin.
O presidente-executivo da BioNTech, cujo trabalho até o surgimento do coronavírus da Covid-19 em 2020 se concentrava no câncer, disse que a nova variante surgiu antes do que ele previa.
“Este vírus altamente mutante veio antes do que eu previa. Eu previa em algum momento do ano que vem e ele já está conosco”.
Sahin também disse que as mutações do vírus tornam mais provável que as vacinações anuais se tornem a norma, como é o caso da gripe sazonal.
Ainda não se sabe muito sobre a Ômicron, que foi detectada pela primeira vez no sul da África no mês passado e já se disseminou em ao menos duas dúzias de países no momento em que partes da Europa já estão sofrendo com uma onda de infecções da variante Delta.
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